O documentário Defiant Ones conta, dentre outras coisas, a história da criação da Beats pelo rapper Dr. Dre e o produtor musical Jimmy Iovine. A ideia deles era fazer com que os consumidores ouvissem a música como ela era tocada no estúdio, o que muitas vezes significa ser exposto a graves bem fortes.
Já posso avisar de antemão que este não é necessariamente o caso do Beats Solo Pro com cancelamento de ruído, lançado no início do ano, e isso não é ruim.
Explico: já tive outros dois fones de ouvido da Beats, um intra-auricular e outro supra-auricular, e a principal característica deles era o fato de o grave estourar no ouvido. Parecia que você tinha um paredão de som na orelha, que de tão forte causava arrepios até no canal auricular.
Após um tempo, parece que a Beats passou a ter fones mais equilibrados. Então, os graves não são tão fortes, os médios e agudos são bem razoáveis. Não tem exageros, o que os tornam headphones mais confortáveis para diferentes consumidores e para quem gosta de outros gêneros musicais que não sejam rap e música eletrônica.
Saindo um pouco da questão da qualidade de som, o Beats Solo Pro, apesar de ser supra-auricular, é bem confortável. Ele não cobre totalmente a orelha, o que é algo importante quando você vive em um país tropical com inverno que tem dias que chegam próximo aos 30 graus Celsius.
Para desligá-lo, basta dobrar o fone de ouvido; ele volta a ser ativado quando você o desdobra. Mais fácil que isso impossível.
A interface dele é bem simples. Na concha esquerda, há um pequeno botão que possibilita alternar entre os modos; já na concha direita você tem controles de volume (acima e abaixo do logotipo da Beats) e um botão (apertando no meio do logotipo da Beats) para dar play/pause na música ou aceitar chamadas telefônicas.
Se você usá-lo no iOS, consegue chamar a Siri sem precisar apertar nenhum botão. Ele é 100% Bluetooth, então nada de cabos, como alguns modelos anteriores. O único cabo que vem é um USB-A–Lightning para carregá-lo.
Outro ponto legal deste fone é que ele tem ANC (Active Noise Cancelling ou cancelamento de ruído ativo). Por padrão, ele fica ligado. Ao todo, ele tem três modos: cancelamento de ruído, desativado e modo ambiente (em que o cancelamento de ruído fica ligado, mas ainda dá para ouvir uns poucos sons exteriores). Tem algumas formas de alternar entre estas diferentes configurações.
A mais simples é apertando duas vezes o botão que fica na concha esquerda ou nas configurações do próprio smartphone. No iOS, vá em Ajustes > Bluetooth e toque no ícone “i”. Já no Android, você precisa acessar o app da Beats e ir selecionando o modo que você quiser.
Dependendo do modo que você mais utiliza o fone, a autonomia dele vai ser maior ou menor. Com o cancelamento de ruído e o modo ambiente ligado, a Beats promete 22 horas. Já com o modo desativado, a empresa fala em até 40 horas.
Na prática, como tenho trabalhado de casa há quatro meses, usei várias vezes só com o modo cancelamento de ruído ligado e ele durava semanas. Isso porque utilizava mais o fone de ouvido quando havia muito barulho em casa. Antes do período de isolamento social, usava principalmente durante os trajetos, umas 2 horas por dia, mesmo assim durava tranquilo uns 10 dias.
O carregamento foi um grande mistério para mim. A Beats fala que com 10 minutos de carga dá para usar o headphone por 1 hora. Para ter a carga completa, só Deus sabe. Geralmente, deixava carregando e ia realizar alguma outra atividade. Como não tem um mostrador, não conseguia saber como estava o andamento do processo. Chuto que levava pelo menos 1h30min.
Fone Beats Solo Pro vem com um case para guardá-lo. Crédito: Beats
De modo geral, é um fone de ouvido sensacional, mas com preço bem acima quando comparado com alguns concorrentes. Na loja da Apple, o Beats Solo Pro com cancelamento de ruído é encontrado por R$ 2.499; em varejistas, você acha o modelo por R$ 1.899. A Sony, por exemplo, tem um modelo do ano passado, o WH-XB900N, que tem cancelamento de ruído e graves fortes com preço sugerido de R$ 1.300. A JBL também tem modelos mais acessíveis
O diferencial do modelo da Apple é que ele é mais compacto (o fato de dobrar torna ele bem mais “zipado” que os concorrentes) e se integra facilmente aos iPhones. Depois de tirá-lo da caixa, o iPhone reconhece o fone automaticamente e já faz o pareamento sem precisar fazer nada mais. Tem ainda o fato de ele contar com diferentes cores; o que eu testei era azul-escuro, por exemplo, mas tem ainda marfim, cinza, vermelho, azul claro e preto. Aí tudo depende do estilo e do bolso do consumidor.