Ciência

Risco de AVC associado à apneia do sono varia de acordo com etnia, diz estudo

Pesquisa recente aponta que pessoas brancas com apneia do sono têm mais risco de AVC do que negros na mesma situação
Imagem: Sander Sammy/ Unsplash/ Reprodução

Um estudo publicado na revista científica Neurology descobriu que pessoas brancas que têm apneia do sono também têm um risco maior de sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) quando comparado com pessoas negras na mesma situação. 

De acordo com a pesquisa, o uso de CPAP, máquina utilizada no tratamento da apneia, não fez diferença no risco sofrido por indivíduos de pele branca. Já entre os de pele negra, o cuidado diminui o risco de AVC.

Entenda o contexto

De acordo com os pesquisadores, pessoas negras têm um risco maior de sofrer um AVC. Além disso, também são mais propensas a ter apneia do sono do que pessoas brancas.

Quando isso acontece, os negros apresentam quadros mais graves de apneia que os brancos. Também levam mais tempo para serem examinados e tratados.

Em geral, a apneia do sono é um fator de risco para o AVC. Por isso, ao realizar o novo estudo, os cientistas esperavam que o cenário fosse o contrário. Agora, eles afirmam que mais pesquisas são necessárias para entender essas diferenças.

O que diz a nova pesquisa

Para analisar o aumento ou diminuição do risco que pacientes com apneia do sono tem de sofrer um AVC, cientistas acompanharam pouco mais de 22 mil participantes durante 12 anos.

A média de idade era de 64 anos e nenhum deles tinha histórico de AVC no início do estudo. Entre os participantes, 62% eram brancos, enquanto 38% eram negros. 

No total, 11% dos participantes tinham diagnóstico de apneia do sono. O restante foi avaliado quanto ao ronco, à sonolência diurna, à pressão arterial e ao peso para que os pesquisadores pudessem saber se também tinham o problema.

Após 12 anos, em média, 4,4%, dos participantes tiveram um AVC, o que totaliza 969 pessoas.

Dos 1.475 brancos com diagnóstico de apneia, 90 sofreram um acidente vascular cerebral. Entre aquelas sem diagnóstico, as que tinham alto risco para apneia do sono tiveram 22% chances de ter um AVC do que aquelas com baixo risco para a condição.

Já entre os 937 negros participantes com diagnóstico de apneia, 42 sofreram um AVC durante o período de estudo. Entre aqueles que utilizavam a máquina de CPAP para tratamento, a redução desse risco foi de 64%. 

Não houve uma redução significativa no risco de AVC para o uso da CPAP entre os indivíduos brancos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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