Round 6, que custou US$ 21,4 milhões, deve lucrar 42 vezes mais
Round 6 se tornou a galinha dos ovos de ouro da Netflix. Mesmo tendo sido desbancada pela terceira temporada de Você nesse final de semana, a série sul-coreana trouxe números para a plataforma — que podem fazê-la pensar sobre o futuro das produções do streaming.
Citando dados confidenciais obtidos em documentos internos da Netflix, a Bloomberg publicou no domingo (17) que o drama gerará cerca de US$ 900 milhões em valor para a empresa. Esse número não se refere às vendas — afinal, a empresa não vende programas específicos –, mas reflete a maneira única como a plataforma determina a contribuição de um programa para seus resultados financeiros, com base em quantos assinantes o assistiram.
A reportagem também forneceu uma visão detalhada dos dados que a imprensa, os investidores e até mesmo os criadores de programas estão ansiosos para obter há anos.
Embora a Netflix divulgue dados sobre quantas pessoas assistiram a pelo menos dois minutos de um programa em algumas ocasiões, ele não revela quantas pessoas assistiram mais do que isso ou quantas pessoas terminaram um programa. Isso até agora, pelo menos.
De acordo com a Bloomberg, a Netflix estima que 89% dos espectadores que começaram a assistir ao programa passaram a assistir pelo menos 75 minutos. Isso se traduz em mais de um episódio. Para referência, 132 milhões que assistiram pelo menos dois minutos nos primeiros 23 dias desde o lançamento.
Quando se trata de quantas pessoas realmente terminaram de assistir ao programa desde sua estreia, o veículo informa que esse percentual chegou a 66% dos espectadores, ou 87 milhões de pessoas. No geral, os telespectadores aparentemente passaram mais de 1,4 bilhão de horas assistindo Round 6, afirmou a Bloomberg.
Conteúdo importado
O número por si só já seria impressionante. Mas o que o torna verdadeiramente fora da curva é o fato de que o programa custou “apenas” US$ 21,4 milhões para ser feito. Alguns executivos do setor de entretenimento afirmam que, se fosse produzido nos Estados Unidos, onde os melhores talentos exigem muito dinheiro e os estúdios trabalham de acordo com os regulamentos de produção do sindicato, provavelmente teria custado de cinco a dez vezes mais.
Os dados são esclarecedores e provavelmente vão alimentar o apetite da Netflix por ainda mais conteúdo internacional — e motivar outros estúdios a procurar bons programas fora das fronteiras dos Estados Unidos.
A Netflix não está muito feliz que a Bloomberg publicou seus dados internos confidenciais. A empresa disse à Bloomberg, por meio de seu advogado, que seria inapropriado o veículo publicar os dados nos documentos. “A Netflix não discute essas métricas fora da empresa e toma medidas significativas para protegê-las de divulgação”, disse o advogado ao veículo.