Apesar dos esforços para evitar que a Rússia acesse à Starlink, novas evidências comprovam o uso do sistema de internet via satélites da SpaceX para operar drones militares em ataques à Ucrânia.
A informação foi divulgada pelo periódico ucraniano Defense Express, que publicou fotos de um drone russo abatido durante um ataque na última quarta-feira (24).
A foto mostra o drone ao lado do terminal de uma antena da Starlink, também destruído, com o número de série e o QR code da SpaceX.
Com 3 metros de comprimento, o drone com a antena da Starlink era um dos 32 drones iranianos usados pela Rússia durante os ataques aéreos na Ucrânia desta semana.
Drones com antenas da Starlink é uma vantagem para a Rússia
Anteriormente, as forças armadas da Ucrânia descobriram telecomunicações via 4G nesses drones, usando chips de celular até mesmo de operadoras ucranianas.
No entanto, acoplar uma antena da Starlink no drone seria uma alternativa melhor para comunicação das forças russas em locais sem sinal de telefonia. A Starlink opera via satélites na baixa órbita da Terra.
Antena da Starlink encontrada em drone usado pela Rússia. Imagem: Defense Express/Telegram/Reprodução
Portanto, a descoberta preocupa a Ucrânia no sentido de que a Rússia possa aproveitar da tecnologia da Starlink para realizar missões com drones de longo alcance.
O Shahed-136 consegue viajar por até 2,5 mil quilômetros. Então, acoplando a antena da Starlink ao drone, a Rússia teria informações de reconhecimento e ataques militares em tempo real dentro da Ucrânia.
A Ucrânia também utiliza antenas da Starlink em seus drones na guerra contra a Rússia, mas com autorização do dono da empresa, um tal de Elon Musk.
Aliás, Musk e o Pentágono tentam travar o uso da Starlink pela Rússia desde quando alguns soldados do Kremlin contrabandearam alguns terminais.
Mesmo com a SpaceX bloqueando o acesso a Starlink na Rússia, o sistema de satélites continua online na Ucrânia e na fronteira entre os países.
Muitas dessas áreas de fronteira, como Donetsk, estão sob controle da Rússia desde 2022. Mas, no papel, fazem parte da Ucrânia, o que dificulta o bloqueio da rede da Starlink.