Rússia multa Twitch pela 2ª vez em 15 dias por “fake news”
Um tribunal da Rússia multou a plataforma de streaming Twitch por propagar “fake news” na última terça-feira (30). É a segunda sanção do tipo à Twitch no país no intervalo de 15 dias, como noticiou a agência Reuters.
O juiz determinou uma multa de 3 milhões de rublos – pouco mais de R$ 255 mil – ao alegar que o serviço se recusou a remover uma transmissão com Alexei Arestovich, assessor do presidente ucraniano Volodimir Zelensky.
As autoridades russas disseram que o vídeo de duas horas tinha “informações falsas” sobre a invasão russa na região de Donbass, na Ucrânia.
Em 16 de agosto, a Rússia multou a Twitch por hospedar um vídeo de 31 segundos sobre supostos crimes de guerra cometidos pelo exército russo na cidade ucraniana de Bucha. A multa, de novo por “fake news”, foi de 2 milhões de rublos – o equivalente a R$ 170 mil no câmbio atual.
Antes, a Twitch já havia sido multada em junho por supostamente não armazenar dados sobre cidadãos russos dentro do país. As autoridades russas autuaram outras companhias no mesmo mês, como o Google e TikTok.
O Roskomnadzor, regulador de telecomunicações da Rússia, cobrou 21 bilhões de rublos (ou quase R$ 2 bilhões) do Google. Segundo o órgão estatal, a big tech se recusou a remover vídeos do YouTube que promoviam “extremismo e terrorismo”.
O órgão cobrou 2 milhões de rublos do TikTok depois que a plataforma chinesa teria se recusado a derrubar uma suposta “propaganda LGBT”.
Mais restrições
Desde fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, Moscou endureceu suas leis contra a disseminação do que o governo considera notícias falsas em relação às forças armadas e sua disputa contra a ex-nação soviética. Cidadãos que violarem essas regras podem ir a 15 anos de prisão.
A Rússia também determinou restrições ao acesso de big techs norte-americanas. Moscou proibiu o acesso ao Facebook e Instagram. A Meta, empresa-mãe dessas redes, entrou para a lista de “organização extremista”, ao lado do Estado Islâmico e Talibã.
Algumas empresas de tecnologia já se preparam para deixar o país definitivamente até o final do ano, como Ericsson, Nokia, Logitech e Dell. Ao que parece, aplicar sanções e multas aos serviços que ainda restaram é a estratégia do Kremlin para intimidar a debandada em massa das empresas que ainda mantem operações no solo russo.