Em São Paulo, motoristas do Uber estão se unindo para evitar assaltos
Motoristas do Uber estão preocupados em São Paulo: desde que o serviço começou a aceitar pagamento em dinheiro no fim de julho, eles passaram a temer criminosos, e com razão – em menos de um mês, dois motoristas foram assassinados na capital paulista, além de vários outros relatos de assaltos feitos por passageiros que solicitam o serviço.
• Prefeitura de SP vai cobrar taxa progressiva de aplicativos de transporte para evitar monopólio
• Por que o Uber vem sofrendo tanto prejuízo entre empresas de tecnologia
Em setembro, o motorista Osvaldo Luis Modolo Filho foi morto por um casal de passageiros que confessou o crime alguns dia depois. No último domingo (9), Orlando da Costa Brito foi assassinado durante uma tentativa de assalto em um semáforo na zona sul da cidade.
Além dos dois assassinatos, outros motoristas relatam assaltos que aconteceram após o pagamento em dinheiro ser liberado: ao Estadão, o analista Edson Nascimento diz que foi assaltado por dois passageiros que solicitaram um veículo para pagar em dinheiro e o levaram ao encontro de mais três criminosos. Outros relatos incluem um motorista que foi usado para transportar uma carga de drogas, além de outro que diz ter fugido de um assalto depois de esperar por quase dez minutos pelos passageiros que solicitaram o serviço.
A onda de crimes fez os motoristas se mexerem: em grupos no WhatsApp, eles falam sobre passageiros suspeitos, além de situações de risco para que outros motoristas possam auxiliar alguém que precisa de ajuda. Alguns passaram a recusar corridas de passageiros sem informações de contato, ou simplesmente os que pedem uma carona para pagar em dinheiro, ou então em locais considerados perigosos.
O Uber diz que aceita pagamento em dinheiro para disponibilizar o serviço para mais gente, já que não é todo mundo que tem acesso a um cartão de crédito ou débito. Sobre os crimes, a empresa diz que “trabalha com as autoridades para esclarecer qualquer incidente”.
[Estadão]