Ciência

Satélite europeu mostra do espaço a lava expelida por vulcão na Islândia

Imagens mostram o brilho do calor emitido pelo fluxo de lava. Destacando a proximidade do fenômeno das casas e infraestruturas da Islândia
Imagem: RUV/Reprodução

Novas imagens de satélite capturadas pelo Sentinel 2, da Agência Espacial Europeia, revelam a força do fluxo de lava do vulcão em direção à cidade de Grindavík, na Islândia.

A pequena cidade, situada a cerca de 40 km da capital Reykjavík, está enfrentando contínuas ameaças de erupções vulcânicas há semanas. As erupções são originadas do sistema vulcânico Svartsengi.

Espera-se que o vulcão continue em atividade por pelo menos mais duas semanas. Especialistas acreditam que as plumas de magma, como são conhecidos os jatos de lava, atinjam entre 100 e 150 metros de altura.

Fluxo de lava do vulcão na Península de Reykjanes, na Islândia

Fluxo de lava na Península de Reykjanes, na Islândia. Imagem: ESA/Reprodução

As imagens, divulgadas na última semana, mostram o brilho do calor emitido pelo fluxo de lava. Destacando a proximidade do fenômeno das casas e infraestruturas de Grindavík.

A Iceland Met Office (IMO), órgão de meteorologia do país, alertou sobre a acumulação contínua de magma. Ressaltando o risco iminente de novas fissuras eruptivas sem aviso prévio.

A vila de pescadores, com seus quase 4 mil residentes, tem vivenciado evacuações frequentes e mini-terremotos desde que o vulcão Fagradalsfjall entrou em erupção entre 18 de dezembro e 14 de janeiro.

Além disso, algumas casas já foram perdidas, e a comunidade enfrenta uma situação de constante apreensão.

Ainda de acordo com o IMO, o magma continua a se acumular abaixo da superfície, indicando um padrão observado antes de erupções anteriores.

“Quando uma fonte de magma se forma perto da superfície, a crosta terrestre fica tensa, e a terra afunda no centro da fonte de magma”, explicaram representantes da IMO em um comunicado. “Além disso, a crosta terrestre sobe em ambos os lados.”

Por que há tantos tremores na Islândia

A Islândia é altamente suscetível a desastres naturais. Isso porque ela está localizada na Dorsal Mesoatlântica, que é a fronteira de duas placas tectônicas: a Placa Norte-Americana e a Placa Euroasiática.

Além disso, como são divergentes, essas placas estão se afastando uma da outra, o que resulta na maior incidência de erupções de vulcões e terremotos. De modo geral, a Islândia tem aproximadamente 33 sistemas de vulcões ativos, o maior número em toda a Europa.

Em 2010, a erupção do vulcão Eyjafjallajokull causou interrupções massivas nas viagens aéreas pela Europa e produziu uma nuvem de cinzas facilmente visível a partir de satélites que monitoram a Terra.

Histórico de vulcões

O sistema vulcânico Fagradalsfjall permaneceu inativo por mais de 800 anos, mas voltou a se movimentar nos últimos anos. Desde o fim de outubro de 2023, especialistas registraram dezenas de milhares de tremores próximos a Fagradalsfjall.

Começando em dezembro de 2019 e em março de 2021, uma sucessão de terremotos abalaram a Península de Reykjanes. Isso gerou preocupações de que uma erupção era iminente.

Os terremotos acontecem porque a Islândia está localizada em uma região chamada Dorsal Mesoatlântica. Ela marca a fronteira de duas placas tectônicas, que estão se afastando — o motivo por trás dos tremores.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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