Satélite russo coloca astronautas da ISS em alerta
Na última semana, um satélite de observação russo Resurs P1 se partiu em 200 pedaços em órbita baixa da Terra, colocando em alerta os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS). Ainda não está claro o que causou a ruptura do satélite.
Diante do risco à segurança, os 9 astronautas a bordo da estação espacial — incluindo seis norte-americanos e três russos — tiveram que se abrigar em “suas respectivas naves como medida preventiva padrão”, segundo a ISS. Assim, caso a estação espacial fosse atingida pelos restos do satélite, eles poderiam retornar à Terra imediatamente.
Atualmente, a estação conta com 3 naves acopladas, sendo a Crew Dragon, da SpaceX, a Soyuz, da agência russa Roscosmos, e a Starliner, da Boieng.
Aliás, dois astronautas da NASA ficaram na nave Starliner. A espaçonave enfrentou problemas com vazamento e a agência estuda agora se ela está apta à retornar em segurança para a Terra.
Na última quinta-feira (25/6), a ISS informou que os astronautas da Missão Control monitoraram a trajetória dos fragmentos do satélite, que orbitava a 354 km acima da estação. Porém, de acordo com o Comando Espacial dos Estados Unidos, o incidente do satélite russo não gerou ameaças imediatas à segurança dos astronautas norte-americanos na ISS.
Resurs P1
A Rússia lançou o satélite Resurs P1 em 2013 para observar a Terra e produzir imagens do espaço. A missão era auxiliar na agricultura, meteorologia, transporte e outros propósitos. Em 2022, o satélite foi desativado e, desde então, vem perdendo altitude.
Com a destruição do satélite, os seus restos geraram mais lixo espacial em volta da Terra, somando aos 25 mil pedaços de detritos espaciais em órbita atualmente.
No X, a organização LeoLabs, que monitora a segurança dos satélites na órbita da Terra, detectou os fragmentos do satélite russo. Ela afirmou que “ainda é muito cedo para determinar a causa” do incidente.
Update: We are now tracking at least 180 fragments resulting from this event.
We expect this number to increase in the coming days. We are actively analyzing the debris cloud to characterize it, identify a potential cause, and estimate the impact.
More details to follow. https://t.co/tp3GC9Ti5s
— LeoLabs (@LeoLabs_Space) June 27, 2024
A principal tese é que o satélite quebrou porque não foi corretamente “passivado” após o fim de sua missão. A passivação é uma técnica de engenharia para desativar fontes de energia, como baterias, que já causaram a quebra de satélites anteriormente.
No entanto, também há a especulação de que o satélite foi atingido por uma arma anti-satélite da Rússia. Porém, não há declarações do governo russo sobre tal teste.