Seus filhos te entendem mais do que você imagina, mostra estudo
É comum que pais evitem falar sobre certos assuntos e demonstrar alguns sentimentos na frente de seus filhos. Ainda assim, eles conseguem ler as emoções, tom de voz e expressões faciais perfeitamente, segundo um novo estudo publicado no Journal of Child and Family Studies.
De olhos atentos
Para compreender como as crianças entendem e falam sobre suas relações familiares, os pesquisadores entrevistaram 17 meninos e meninas com idades entre 3 e 6 anos. As perguntas abordavam suas experiências de vida em casa, com pais e irmãos, tratando também de conflitos.
As crianças tinham permissão para interromper sua participação a qualquer momento durante as entrevistas e seus pais estavam em uma sala ao lado para acolher os filhos, se necessário.
Através das respostas, os pesquisadores perceberam que as crianças falavam abertamente sobre seus sentimentos. Além disso, elas detalhavam comportamentos, expressões faciais e tom de voz de seus pais em situações específicas.
Reflexo dos pais
Em alguns momentos, a percepção delas sobre o sentimento de seus pais fazia com que se comportassem como eles.
“Nomeamos o artigo ‘Eles gritam e eu grito de volta’ porque achamos que essa citação captura como as crianças perceberam que estavam respondendo ao tom irritado de seus pais”, explica Anton Dahlberg, um dos autores do estudo.
Em situações de conflito, várias crianças buscaram conforto em seus irmãos ou animais de estimação. Embora procurar ajuda de outras pessoas seja positivo, os cientistas identificaram que a maioria dos conflitos entre pais e filhos não se resolvia.
Ainda assim, nos casos em que houve reconciliação, os filhos também descreveram como o relacionamento poderia ser reparado de maneira satisfatória. Dessa forma, a pesquisa conseguiu destacar a importância de considerar a percepção dos filhos na vida em família.
Agora, os pesquisadores defendem a inclusão das perspectivas das crianças em futuras pesquisas sobre parentalidade. Eles acreditam que isso complementa o entendimento das situações familiares.
“Achamos que os resultados podem ser úteis para pessoas que trabalham com crianças, como professores de pré-escola e profissionais de saúde, mas também servir como um incentivo geral para as pessoas ouvirem as crianças”, observa Dahlberg.