O Snapchat tem um dossiê sobre os podres do Facebook para compartilhar com as autoridades

A equipe jurídica do Snap passou anos acumulando um dossiê de evidências de que o Facebook estava se engajando em conduta anticompetitiva. 
Foto: Justin Sullivan (Getty)

Parece que as táticas anticompetitivas de bullying do Facebook podem finalmente estar se voltando contra a gigante das redes sociais.

Citando fontes familiarizadas com o assunto, o Wall Street Journal informou que atuais e antigos rivais do Facebook estão conversando com a Federal Trade Commission (FTC, ou Comissão Federal de Comércio) sobre a prática da empresa de aumentar sua concorrência (por exemplo, Instagram) ou criar produtos destinados a prejudicar empresas menores, como fez no passado com concorrentes que rejeitaram as ofertas de aquisição do Facebook. Um desses concorrentes é o Snapchat.

De acordo com o relatório, a equipe jurídica do Snap passou anos acumulando um dossiê de evidências de que o Facebook estava se engajando em conduta anticompetitiva. Apelidado de “Project Voldemort”, os documentos alegariam que o Instagram impediu efetivamente os usuários de vincularem os seus perfis do Snapchat em suas biografias no Instagram (propriedade do Facebook), e em alguns casos sugerindo aos influenciadores que eles poderiam perder sua classificação de usuário verificado.

Os executivos do Snap também suspeitavam que o Instagram impedia que o conteúdo do Snapchat fosse tendência na plataforma e suprimia as postagens com tags e as pesquisas relacionadas ao Snap, informou o WSJ. Ao ser contatado por e-mail, um porta-voz do Snap recusou a solicitação de comentários do Gizmodo sobre o relatório.

O WSJ citou pessoas familiarizadas com o assunto dizendo que funcionários da FTC entraram em contato recentemente com “dezenas de executivos de tecnologia e desenvolvedores de aplicativos” como parte de sua investigação sobre possíveis violações antitruste do Facebook. Além de conversar com pessoas ligadas aos atuais e antigos concorrentes do Facebook, disse o WSJ, os investigadores da agência também estão investigando o Onavo, serviço de VPN que o Facebook adquiriu em 2013 e foi posteriormente pressionado a encerrá-lo no início deste ano em meio a relatos de que havia sido usado para coletar grandes quantidades de dados sobre o uso de aplicativos pelos usuários, entre outras informações.

No ano passado, gráficos e documentos internos indicaram que todos os dados que o Facebook estava coletando sobre o uso de aplicativos por meio da Onavo ajudaram a informar a decisão da gigante de tecnologia de comprar o WhatsApp, após a constatação de que o aplicativo de mensagens representava uma ameaça em potencial. Como o WSJ relatou anteriormente em 2017, o Facebook usou o Onavo para monitorar como as pessoas usavam Snapchats, como com métricas sobre quantos Snaps eles enviavam por dia.

O Facebook não retornou imediatamente um pedido de comentário sobre o relatório.

Atualmente, o Facebook está enfrentando várias investigações sobre possíveis violações antitruste. No início deste mês, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, anunciou que estava liderando uma investigação bipartidária no Facebook sobre possíveis condutas anticompetitivas.

“Até a maior plataforma de rede social do mundo deve seguir a lei e respeitar os consumidores. Tenho orgulho de liderar uma coalizão de procuradores-gerais bipartidários para investigar se o Facebook suprimiu a concorrência e colocou os usuários em risco”, disse James na época. “Usaremos todas as ferramentas de investigação à nossa disposição para determinar se as ações do Facebook podem ter colocado em risco os dados dos consumidores, reduzido a qualidade das escolhas dos consumidores ou aumentado o preço da publicidade”.

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