Uma reportagem da Bloomberg diz que a Sony está tendo problemas em reduzir o preço de produção do PS5. O console deve ser lançado ainda neste ano, mas a Sony está com problemas em conseguir que o custo do aparelho seja menor que US$ 450 por unidade.
O desafio está na obtenção de componentes-chave para o PS5 a um preço razoável, como DRAM e memória flash NAND.
Ambos são cruciais se a Sony quiser manter o incrível tempo de carregamento que a companhia tem se gabado no PS5. Os dois itens são amplamente utilizados em telefones e portáteis topo de linha. Considerando que, segundo consta, a Microsoft deseja superar a Sony com o console Xbox Series X, a companhia norte-americana pode estar contribuindo com a escassez dos produtos, dado que ela possivelmente utilizaria materiais semelhantes.
O valor de US$ 450, que está sendo tratado na reportagem da Bloomberg, não é o custo do PS5 quando ele chegar às lojas — este seria o custo de produção mesmo. Tipicamente, este é um bom indicador do custo real do aparelho também. O PS4, por exemplo, custava US$ 381 para fabricar, de acordo com o IHS Markit, e ele era vendido nos EUA por US$ 400. Por essa matemática, o PS5 teria de custar cerca de US$ 470 para manter o mesmo lucro.
No entanto, as fabricantes de consoles, da mesma forma que ocorre com as fabricantes de smartphones, muitas vezes vendem o hardware com prejuízo e recuperam o dinheiro por meio da venda de softwares (jogos). Portanto, poderia ser mais barato. Foi o que a Sony teve que fazer em 2006, quando vendeu o PS3 com um enorme prejuízo. O PS3 de 20 GB era vendido por US$ 500, mas de acordo com pelo menos uma desmontagem do aparelho, ele custava aproximadamente US$ 805,85 para produzir.
O prejuízo de US$ 300 não era o único problema da Sony. Os consumidores preferiam o Xbox 360 ao PS3, pois a opção da Microsoft era bem mais acessível, o que fez o console superar a opção da fabricante japonesa. Em março de 2007, a divisão de jogos da Sony reportou uma perda enorme de US$ 1,97 bilhão.
Talvez os jogadores estejam mais dispostos a pagar mais por um console de alta gama agora do que em 2006 — especialmente dado que uma boa GPU pode custar o mesmo que um console de última geração. Mas quando você tem uma opção como o Nintendo Switch por US$ 200, um console que custa duas vezes isso pode ser algo bem caro e pouco atrativo.
Esta pode ser a razão por que a Sony deve incluir o seu headset PSVR com o PS5.
A Bloomberg nota que a Sony está planejando lançar um novo headset de realidade virtual após o PS5. Se o custo do PS5 for tão alto como sua fabricação sugere, um headset de realidade virtual de alta qualidade e fácil de se usar pode ser uma forma de a companhia dissuadir os consumidores atraídos pelo baixo preço da Nintendo ou da flexibilidade de se jogar em um PC.