A Sony já havia falado abertamente sobre parar de vender smartphones no Brasil e em mais um monte de regiões. Mas isso não significa que sua divisão de celulares será fechada. De acordo com o Kenichiro Yoshida, CEO da empresa, ela se dedicará a apenas quatro mercados: Europa, Japão, Taiwan e Hong Kong.
O argumento de Yoshida é que, apesar dos prejuízos, a presença no mercado de smartphones é importante para a marca Sony. Fechar a divisão, portanto, está fora de cogitação. Falando com jornalistas nesta quarta-feira (22), o executivo disse que a divisão de hardware da Sony sempre teve como centro o entretenimento.
“Nós vemos smartphones como hardware para entretenimento e um componente necessário para tornar nossa marca de hardware sustentável”, disse ele, em declaração reproduzida pela agência de notícias Reuters. “E as gerações mais jovens não assistem mais à TV. Seu primeiro ponto de contato é o smartphone.”
Os mais recentes aparelhos da linha Xperia parecem confirmar essa vocação para o entretenimento. Eles têm telas na proporção 21:9, mais próxima da usada em cinemas.
Segundo a Reuters, a Sony planeja que a divisão dê lucro já no ano que vem. Para isso, segundo um infográfico apresentado pela empresa, várias medidas foram tomadas, como fechar a fábrica de Pequim, mudar o foco do escritório de pesquisa e desenvolvimento da Suécia para tecnologias de comunicações, fazer a Sony Europe absorver funções de marketing e vendas e englobar na matriz japonesa as funções administrativas e de design.
Os números da divisão de smartphones da Sony são pífios. No último ano fiscal da companhia, encerrado no mês de março, houve um prejuízo de US$ 879,4 milhões. A empresa tem uma fatia do mercado menor que 1%, com vendas de aparelhos na casa dos 6,5 milhões. A título de comparação, a Samsung, líder do mercado, vendeu 71,9 milhões de smartphones em um trimestre.