Agora dá para brincar com o algoritmo de recomendação do Spotify e fazer playlists

Uma nova ferramenta permite aos usuários do Spotify Premium brincar um pouco com o famoso algoritmo de recomendação da plataforma. Arielle Vaniderstine, uma engenheira da empresa, publicou um link no Glitch, nesta segunda-feira (5), da versão beta da ferramenta. • Apple Music pode ultrapassar o Spotify nos Estados Unidos • EUA aprovam aumento no valor de […]

Uma nova ferramenta permite aos usuários do Spotify Premium brincar um pouco com o famoso algoritmo de recomendação da plataforma. Arielle Vaniderstine, uma engenheira da empresa, publicou um link no Glitch, nesta segunda-feira (5), da versão beta da ferramenta.

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Chamada de “Nelson”, ela mostra diversos indicadores que representam “características de áudio” que fazem parte do algoritmo. A partir daí, os usuários podem brincar com os indicadores, alterando manualmente as entradas.

Você seleciona alguns gêneros musicais, quais características mudar, e o resultado é uma playlist de faixas recomendadas. Aqui está a explicação do Spotify para cada elemento, conforme publicado pelo The Verge:

Acousticness (Acústica): uma medida de confiança que vai de 0.0 a 1.0 que determina se a faixa é acústica. 1.0 representa alta confiança de que a música é acústica.

Danceability (Dançabilidade): descreve o quão compatível é uma música com a dança, baseado em uma combinação de elementos musicais incluindo compasso, estabilidade de ritmo, força da bateria e regularidade geral. O valor 0.0 é para menos dançável, e 1.0, para mais dançável.

Energy (Energia): vai de 0.0 a 1.0 e representa uma medida perceptiva de intensidade e atividade. Normalmente, as faixas energéticas são rápidas, altas e barulhentas.

Instrumentalness (Instrumentalidade): prevê se a faixa contém vocais. Sons como “Ooh” e “aah” são tratados como instrumentais neste contexto. Faixas de rap ou palavras faladas são claramente “vocais”. Quanto mais perto o indicador estiver de 1.0, maior a probabilidade de a música não ter conteúdo vocal. Valores acima de 0.5 são voltados para representar faixas instrumentais, mas a confiança é maior conforme o valor se aproxima de 1.0.

Liveness (Ao Vivo): detecta a presença de um público na gravação. Os valores maiores representam uma probabilidade mais alta da faixa ter sido tocada ao vivo. Valores acima de 0.8 oferece uma possibilidade alta da música ser ao vivo.

Speechiness (Discurso): detecta a presença de palavras faladas em uma faixa. Quanto mais uma gravação tiver presença de fala (como talk shows, audiolivros, poesia), mais perto o atributo fica do valor 1.0. Valores acima de 0.66 descrevem faixas que provavelmente são feitas totalmente de palavras faladas. Valores entre 0.33 e 0.66 descrevem faixas que podem conter partes musicais e partes de discurso, tanto em seções quanto em camadas, incluindo casos como o rap. Valores abaixo de 0.33 são mais prováveis de representar músicas e outras faixas sem discurso.

Tempo (Ritmo): é a estimativa geral do ritmo de uma faixa em batidas por minuto (BPM). Na terminologia musical, o tempo é a velocidade ou ritmo de um determinado trecho e deriva diretamente da duração média da batida.

Valence (Valência): uma medida de 0.0 a 1.0 que descreve a positividade musical transmitida na faixa. Faixas com alta valência soam mais positivas (felizes, alegres, eufóricas, por exemplo), enquanto faixas com baixa valência soam mais negativas (tristes, deprimidas ou com raiva, por exemplo).

Parece complexo, mas lembre-se de que o gosto musical por si só já é um tipo de equação feita a partir de variáveis similares a essas. Você pode não pensar em termos como “valência” ou “energia”, mas, falando de uma maneira geral, quando você tem um sentimento por uma nova música, provavelmente está prestando atenção se é algo que você poderia dançar, ou se tem um ritmo mais rápido ou devagar. A ferramenta para navegadores pega emprestada a forma como o Spotify quantifica esses elementos e deixa você brincar com eles.

Para mim, parece uma maneira legal de explorar coisas alheias ao meu gosto musical. Eu ouço muito pop animado e gosto de cantores com vozes poderosas. Com o Nelson, eu posso tentar um gênero diferente, digamos metal, e pedir para o Spotify me recomendar músicas de metal que têm o ritmo alto e que pegam pesado nos vocais.

Para aqueles que quiserem ir mais a fundo no algoritmo do Spotify, o site permite dar olhada nas características de cada música. “After the Storm“, da Kali Uchis, é um ótimo R&B retrô. Os computadores não entendem o que essas descrições significam, então é assim que o Spotify quantifica um R&B retrô:

“danceability”: 0.589, “energy”: 0.912, “key”: 9, “loudness”: -3.748, “mode”: 0, “speechiness”: 0.0472, “acousticness”: 0.000245, “instrumentalness”: 0.00167, “liveness”: 0.571, “valence”: 0.579, “tempo”: 99.995, “type”: “audio_features”.

Eu peguei esses valores, brinquei com os indicadores e tentei fazer uma recomendação manual. Manter os mesmos valores iguais ao mudar o gênero fez surgir algumas recomendações surpreendentes, como a “You Know What You Are“, do Ministry, e “Wall of Glass“, de Liam Gallagher.

Vivemos em mundo cheio de feeds com algoritmos e recomendações feitas por máquinas. O Nelson é um bom passatempo e uma forma interessante de dar uma olhada nos bastidores dessa loucura.

[The Verge]

Imagem do topo: AP

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