Tecnologia

Startup testa drone que voa próximo da velocidade do som; assista

Venus Aerospace usou drone com novo sistema de propulsão que poderá ser usado futuramente em voos comerciais viajando na velocidade do som
Imagem: Venus Aerospace/Reprodução

O departamento de engenharia da startup Venus Aerospace realizou o teste prático com um drone que chegou próximo da velocidade do som. O veículo não tripulado da startup foi capaz de atingir o feito graças a um motor RDRE (“Motor de Foguete de Detonação Rotativo”, na sigla em inglês).

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O teste foi realizado no último dia 24 de fevereiro. Porém, o sucesso do teste foi divulgado pela empresa há 3 semanas, em comunicado.

O drone tem 2,5 metros de comprimento, pesa de 136 quilos e voou a uma altitude de 3,65 Km. De acordo com dados divulgados pela empresa, a velocidade alcançada foi de 0,9 Mach (ou 1111 km/h) usando 80% da potência do motor.

Um avião Aero L-29 Delfin lançou o drone no ar. A aeronave é um jato militar tcheco desenvolvido no pós-Segunda Guerra Mundial, durante a década de 1950. Assista ao vídeo do teste:

O objetivo da Venus Aerospace a longo prazo é fabricar aviões ultrassônicos para voos comerciais utilizando a tecnologia RDRE, a fim de diminuir consideravelmente o tempo de longas viagens.

À medida que continuamos avançando em direção à nossa missão final de voo global de alta velocidade, este é um marco técnico importante para ter um motor pronto para voo”, declarou Andrew Duggleby, diretor-chefe de tecnologia e cofundador da Venus Aerospace.

Aliás, este não foi o primeiro teste prático do sistema de propulsão. A empresa colocou ele à prova três semanas antes do voo do drone em uma experiência de queima de longa duração. Assim, o sucesso nesta etapa foi o que pavimentou o caminho para que a empresa realizasse o voo inaugural.

Motores RDRE são mais eficientes que propulsores “tradicionais”

A Venus Aerospace diz que a tecnologia RDRE é 15% mais eficiente que outros propulsores a jato tradicionais. Além disso, o motor cobre maiores distâncias usando a mesma quantidade de combustíveis dos motores normalmente usados na indústria.

Em vez de usar uma queima contínua (como a maioria dos motores de foguetes), o RDRE opera por uma onda de detonação girando continuamente em torno de uma câmara em forma de anel. Neste experimento, a startup usou o combustível peróxido de hidrogênio. O sistema injeta o combustível no anel e as detonações repetidas tornam-se autossustentáveis após a ignição inicial.

A tecnologia é relativamente nova, porém, é considerada fundamental para as aspirações da empresa. Isso inclui, por exemplo, construir uma aeronave comercialmente viável capaz de atingir velocidades máximas de 9 Mach, o equivalente a 11 mil quilômetros por hora.

Inclusive, a NASA tem interesse nos motores RDRE para usá-lo em viagens espaciais. Veja o motor em funcionamento:

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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