Sucessor do telescópio James Webb será maior e caçará aliens, diz NASA
Após o sucesso do James Webb, a NASA está planejando construir um novo e maior telescópio espacial para pesquisas em astrofísica. A expectativa é que ele entre em operação no ano de 2040 e tenha como missão a busca por sinais de vida em planetas fora do Sistema Solar.
Durante recente reunião da American Astronomical Society, o diretor da divisão de astrofísica da agência espacial, Mark Clampin, deu os primeiros “spoilers” sobre o novo instrumento.
Apesar de os detalhes do design, da tecnologia, assim como o custo ainda não estarem totalmente definidos, Clampin já adiantou que, assim como o James Webb, o novo telescópio também será implantado no ponto Lagrange L2 – um ponto de equilíbrio gravitacional a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Porém, diferentemente do Webb, o novo telescópio será desenvolvido para receber manutenções e atualizações periódicas por meio de missões robóticas, garantindo que ele possa funcionar ao longo de décadas. O instrumento também já tem um nome provisório: HWO (“Habitable Worlds Observatory”, ou “Observatório de Mundos Habitáveis”).
O HWO será desenvolvido a partir do projeto LUVOIR, um telescópio conceito apresentado no relatório “Pesquisa Decadal de Astronomia e Astrofísica“, divulgado em 2021 pela Academia Nacional de Ciências, dos Estados Unidos. Contudo, como a NASA pretende evitar custos e atrasos excessivos, o novo instrumento deverá ser menor do que os 15 metros originalmente propostos (o James Webb tem 6,5 metros), mas ainda incluindo um espelho principal segmentado – que se dobra para caber na área de carga do foguete.
Além do LUVOIR, o HWO também integrará a tecnologia do HabEx, outro telescópio proposto por astrônomos norte-americanos e focado na observação de exoplanetas. A ideia é que o telescópio de nova geração da NASA faça não apenas estudos em astrofísica geral, mas também seja capaz de detectar sinais de vida em pelo menos 25 exoplanetas semelhantes à Terra e próximos do Sistema Solar – o mínimo necessário para confirmar estatisticamente se a vida é comum na nossa galáxia.
Para tal, o telescópio da NASA contará com um coronógrafo, um dispositivo que permite bloquear a luz de uma estrela, para que seja possível observar diretamente exoplanetas ao seu redor. O HWO funcionará fazendo observações em um comprimento de luz óptica mais curto do que a luz infravermelha observada no James Webb.
Os espelhos do HWO também precisarão ser ainda mais precisos, o que exigirá que eles sejam perfeitamente moldados para um nível de distorção de apenas 1 picômetro – um milionésimo de um milionésimo de um metro – em comparação com bilionésimos de metro para o James Webb.
Novo telescópio será mais caro que o James Webb
Um dos primeiros desafios do HWO será o seu financiamento. De acordo com a Science, o Congresso dos EUA liberou para este ano uma verba de US$ 1,51 bilhão para a área de astrofísica da NASA – uma queda de 4% em relação ao ano anterior.
Apesar dessa redução no orçamento, o diretor da agência está confiante que conseguirá o dinheiro para construir o novo instrumento, uma vez que ele terá uma vida útil de longa duração. Além disso, o HWO poderá receber robôs que instalarão no telescópio novos instrumentos, aumentando assim sua flexibilidade de pesquisa ao longo do tempo. “Isso torna mais palatável para o Congresso”, diz Clampin.
De acordo com o relatório decadal, o novo telescópio tem um custo estimado de US$ 11 bilhões – valor superior aos US$ 9,7 bilhões do James Webb.
Enquanto o HWO ainda está na prancheta, a NASA se prepara para lançar em 2027 o telescópio espacial Nancy Grace Roman Observatory. O instrumento terá um espelho de 2,4 metros e será dedicado a fazer pesquisas em energia escura e exoplanetas.