Uma terceira sonda pousou no asteroide Ryugu — mas ela tem apenas 16 horas de vida

Uma sonda alemã-francesa chamada MASCOT está neste momento coletando dados valiosos da superfície do Ryugu, um asteroide localizado a 305 milhões de quilômetros da Terra. Mas é melhor ela se apressar, pois a sonda, do tamanho de uma caixa de sapatos, tem apenas 16 horas de vida. • Os rovers da missão Hayabusa2 fizeram uma série […]

Uma sonda alemã-francesa chamada MASCOT está neste momento coletando dados valiosos da superfície do Ryugu, um asteroide localizado a 305 milhões de quilômetros da Terra. Mas é melhor ela se apressar, pois a sonda, do tamanho de uma caixa de sapatos, tem apenas 16 horas de vida.

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• Os rovers da missão Hayabusa2 fizeram uma série de imagens na superfície do asteroide Ryugu
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A sonda pesa apenas dez quilos e foi projetada e construída pelo Centro Aeroespacial Alemão, ou Deutsches Zentrum für Luft-und Raumfahrt (DLR), em cooperação com a agência espacial francesa CNES (Centre National d’Etudes Spatiales) e com várias outras instituições. Medindo 29,5 centímetros de largura máxima, a sonda em formato de caixa é abastecida por uma bateria não recarregável que não deverá durar mais de 960 minutos.

E o relógio está andando.

Às 22h58 (horário de Brasília) da terça-feira (2), a sonda japonesa Hayabusa2 soltou o Mobile Asteroid Surface Scout, ou MASCOT, que suavemente pousou na superfície do asteroide alguns minutos depois, segundo o DLR. Durante sua queda livre de 51 metros, A MASCOT desceu a uma velocidade próxima de um ritmo de caminhada. A sonda agora se junta aos dois rovers japoneses MINERVA-II, que pousaram em Ryugu há dez dias.

“Não poderia ter ido melhor”, disse a gerente de projeto da MASCOT, Tra-Mi Ho, em um comunicado. “A partir da telemetria da sonda, conseguimos ver que ela se separou da nave-mãe e fez contato com a superfície do asteroide aproximadamente 20 minutos depois.”

Durante sua queda livre, a sonda conseguiu capturar 20 fotos do Ryugu, que, em seguida, foram enviadas à Hayabusa2 para serem preservadas em um lugar seguro.

Versão de um artista para a MASCOT, que pousou na superfície do Ryugu. A sonda tem braços especais para garantir uma orientação apropriada. Ilustração: DLR

Considerando sua duração limitada de bateria, a MASCOT deve morrer pouco antes das 15h desta quarta-feira (3). No entanto, antes disso acontecer, a pequena sonda irá realizar várias medições na superfície do Ryugu e transmitir dados valiosos para a Hayabusa2. Para fazer isso, a MASCOT irá usar quatro instrumentos: uma câmera (MASCAM), um radiômetro para medir radiação eletromagnética (MARA), um microscópio infravermelho (MicrOmega) e um magnetômetro para medir forças magnéticas (MASMAG). A sonda irá capturar imagens em vários comprimentos de onda, analisar materiais da superfície e registrar a temperatura da superfície, entre outras tarefas.

Depois de realizar seu primeiro conjunto de medições, a sonda vai pular para um segundo local e, com sorte, fazer tudo isso de novo antes de morrer; só existe tempo suficiente para um pulo. As sondas MINERVA-II1 e MINERVA-II2 conseguirão fazer vários saltos, indo de local para local. Os dados coletados pela MASCOT ajudarão os cientistas a estudarem o “material mais primordial” do Sistema Solar “diretamente de um asteroide”, como definiu o pesquisador planetário do DLR Ralf Jaumann.

O próximo marco histórico para a missão Hayabusa2 deve vir ainda neste mês. Depois de formar uma cratera na superfície do asteroide com um “impactador” explosivo, a espaçonave irá descer até a cratera e coletar amostras. A Hayabusa2 e sua preciosa carga então voltará para a Terra e completar essa missão histórica.

[Centro Aeroespacial Alemão, BBC, AFP]

Imagem do topo: DLR

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