Tomar café pode reduzir risco de diabetes, segundo estudos
Embora o consumo excessivo de café seja visto com maus olhos, alguns estudos têm demonstrado que há uma correlação entre a ingestão da bebida e a redução de risco de doenças crônicas, como o Parkinson e a diabetes.
De acordo com uma pesquisa de 2019, pessoas que bebem de três a quatro xícaras de café diariamente têm cerca de 25% menos risco de desenvolver diabetes tipo 2. Já um estudo de 2021 estabeleceu a porcentagem dessa redução a cada xícara.
No total, os risco da doença diminui cerca de 6% para cada xícara de café, desde que o hábito seja diário e o consumo de até seis xícaras.
O efeito foi confirmado em um estudo de larga escala realizado com mais de um milhão de participantes em toda a Europa, América do Norte e Ásia. Nele, cientistas consideraram a influência de outros fatores, como o hábito de praticar exercícios físicos, o baixo consumo de álcool e dietas alimentares saudáveis, por exemplo.
Além disso, uma pesquisa também identificou que a mudança na ingestão diária de café seguia o padrão. Ao consumir uma ou duas xícaras extras por dia, os participantes tiveram uma redução de no risco de desenvolver diabetes de 11%. O mesmo não aconteceu com o consumo de chá, por exemplo.
Ainda assim, especialistas ressaltam que os estudos são observacionais e, por isso, não significam que há uma relação de causa e efeito entre beber café e ter menos probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2.
O que a ciência diz sobre o café e diabetes
Em geral, o café leva sua fama quase que inteiramente por apenas um de seus componentes: a cafeína. Ela gera uma resposta de luta ou fuga no organismo, o que faz aumentar os níveis de adrenalina.
Como consequência, a pressão sanguínea e a quantidade de açúcar no sangue também sobem, o que reduz a sensibilidade à insulina.
Dessa forma, tomar café tem a curto prazo justamente o efeito contrário no controle da diabetes. Segundo especialistas, isso acontece especialmente com aquelas pessoas que não possuem o hábito de ingerir a bebida regularmente.
Ainda assim, o consumo de até 400 miligramas de cafeína por dia tem se mostrado seguro até agora, sem afetar os níveis de açúcar no sangue.
Isso não significa que o novo estudo contradiz pesquisas antigas. Em geral, a própria cafeína afeta cada pessoa de maneira diferente. Além disso, o café contém centenas de outras substâncias que têm efeitos positivos para o metabolismo.
Por exemplo, a bebida contém polifenois, moléculas com propriedades antioxidantes que ajudam a prevenir doenças inflamatórias, como a diabetes tipo 2.
Além disso, o café também contém magnésio. Uma maior ingestão deste mineral também está associada a taxas mais baixas de incidência da doença que afeta o nível de açúcar no sangue.
Dessa forma, a combinação dos outros nutrientes do café pode ser útil para melhorar a sensibilidade à insulina. E isso pode ajudar a compensar os efeitos opostos da cafeína.