Uma misteriosa torre de 212 andares apareceu no meio do nada no Flight Simulator
O Flight Simulator da Microsoft ganhou uma nova versão depois de muitos anos. Ele foi muito elogiado por recriar de forma realista todo o esplendor que o planeta tem a oferecer — incluindo 550 cidades, quase 510 quilômetros quadradas de terra e mar — usando aprendizado de máquina para modelar estruturas 3D por meio de imagens de satélite do Bing Maps. Das inúmeras atrações inexploradas, porém, os pilotos não podem resistir ao encanto de The Spire (“O Pináculo”, em tradução livre): um arranha-céu de 212 andares arquitetonicamente suspeito de proporções tolkienescas elevando-se sobre os subúrbios de Melbourne, na Austrália.
In Microsoft Flight Simulator a bizarrely eldritch, impossibly narrow skyscraper pierces the skies of Melbourne's North like a suburban Australian version of Half-Life 2's Citadel, and I am -all for it- pic.twitter.com/6AH4xgIAWg
— Alexander Muscat linktr.ee/alexandermuscat (@alexandermuscat) August 19, 2020
Tradução do tuíte: “No Microsoft Flight Simulator, um arranha-céu bizarramente antigo e impossivelmente estreito perfura os céus do norte de Melbourne como uma versão australiana suburbana do Citadel do Half-Life 2, e eu adorei”
“Ȁ̛̺̪̳͔͓̀̔̏LL͈̟͒͐ ̦͕̭̅̄̾H̢̧̡̛̝͑͒͘A͎̽I̩̟͚̊̾̿̆͢L̢̉ ͖̤͕̆̀͠T͖̓H̡͠E̠͝ ̞̹͛͡S̤̥̱̮̊̑͐̀͊͢Ṕ̤͍͎̜̇̉̚͢͝I̼̥͂̉R̘̓Ę̜̖̀̈́͠,” escreveu o Kotaku sobre a criação. Além da devoção, o arranha-céu misterioso (que, como você deve ter suspeitado, não é real) levou a uma investigação. Se você preferir preservar a magia, pule os próximos parágrafos. Se você é um cético, siga em frente.
Pesquisas revelaram que alguém usando a plataforma de mapeamento de código aberto OpenStreetMap — de onde a Microsoft extrai dados para o Bing Maps — acidentalmente adicionou centenas de andares ao que deveria ser uma casinha de subúrbio.
O Criador, Nathan Wright, de 25 anos, disse ao Gizmodo Austrália que foi designado para inserir dados sobre os subúrbios de Melbourne. Ele admitiu que um erro ou outro acabou passando. Mas, como uma divindade antiga, ele pensou “ah, dane-se, não tô nem aí”. E fez-se o monolito que se ergueu da terra aos céus.
O erro já foi corrigido no OpenStreetMap, segundo informações obtidas, mas no momento em que este texto está sendo escrito não sabemos se a atualização foi aplicada ao jogo. (Vergonhosamente, nenhum funcionário do Gizmodo deste turno conseguiu passar pelo tutorial do Flight Simulator.)
“Embora eu não tenha tido a chance de revisitar o obelisco, eu peguei um hoje de pessoas se aglomerando nele”, disse o designer do games Alexander Muscat ao Gizmodo. “Aparentemente, o espaço aéreo em torno dele é um dos mais movimentados do jogo no momento — quer dizer, enquanto ele continuar lá!”
Muscat tem esperança de que outros desenvolvedores possam inserir suas próprias criações depois que a empresa inevitavelmente demolir a aberração. A Microsoft disse à Australian Aviation, site de aviação que percebeu algumas peculiaridades esquisitas, que o jogo será atualizado “nos próximos anos”.
people are gathering at Epstein's island in Microsoft Flight Simulator and solving this case ourselves pic.twitter.com/r9bUFXYojA
— Rod Breslau (@Slasher) August 19, 2020
Tradução do tuíte: “Pessoas estão se reunindo na ilha de Epstein no Microsoft Flight Simulator para resolver o caso sozinhas.”
O Flight Simulator tem mais surpresas promissoras reservadas. Quase imediatamente após o lançamento do jogo, um engarrafamento se formou na ilha particular que pertencia a Jeffrey Epstein; o ex-jornalista de jogos Hayden Dingman notou rodovias escorrendo da encosta dos penhascos irlandeses; e a BBC mostrou que o Palácio de Buckingham parece um complexo de apartamentos de uma zona de exclusão. Mesmo pequenos marcos de celebridades da internet, como a Groverhaus, que virou meme nos EUA, não estão protegidos de um enxame de aviões 747 virtuais.
Nesse ritmo, estamos a cerca de cinco dias de idiotas aleatórios em aviões virtuais descobrirem evidências esquecidas de Atlântida, e eu honestamente não sei se isso seria bom ou ruim.