Os trabalhadores dos Correios (ECT) aprovaram uma greve, prevista para iniciar nas vésperas da Black Friday 2023. A paralisação, no entanto, não deve acontecer: os sindicatos filiados à Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) aprovaram uma proposta da empresa feita no mesmo dia.
A paralisação ganhou forma na quarta-feira (22). Pela manhã, os trabalhadores validaram a greve em assembleia. Mais tarde, às 13h, a federação comunicou oficialmente a paralisação por tempo indeterminado a partir da quinta-feira (23).
O ato foi contemplado pelos sindicatos de Bauru (SP) e dos estados Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
A Findect explica que a paralisação é uma resposta para “resolver 26 questões identificadas antes da assinatura do acordo coletivo”. Entre elas, a não incorporação de R$ 250 ao salário base, termo negociado entre a ECT e os trabalhadores. A tributação sobre a bonificação de R$ 1.500 a partir de janeiro de 2024 também está na pauta.
“A Findect, em 27 de setembro, optou por não assinar o acordo coletivo diante da resistência e conivência da direção dos Correios com esses graves erros na redação do acordo coletivo de trabalho. A categoria também exige a realização de concurso público, melhorias no planos de saúde e condições laborais dignas, diante de uma carência de concurso e um efetivo defasado há mais de uma década”, afirmaram.
Os Correios não demoraram a responder às reinvindicações. A Carta Capital e a Folha de São Paulo contaram, no fim do dia, que os grupos de Bauru (SP), Maranhão e Rio de Janeiro aprovaram a proposta enviada pela estatal. Das 26 questões levantadas pelos trabalhadores, doze foram atendidas, incluindo o já citado reajuste de R$ 250.
O Giz Brasil entrou em contato com o Findect para obter mais detalhes sobre as negociações, mas não teve retorno até o momento. Atualizaremos a matéria em caso de novidades.
Correios garantem operação normal na Black Friday
O presidente dos Correios, Fabiano Silva, se manifestou nesta quinta-feira (23). À CNN, o executivo garantiu que a situação foi solucionada e que houve o ajuste de “itens pontuais de redação” para atender aos pedidos. “Tudo funcionará normalmente, não há qualquer perspectiva de paralisação nesta sexta”, afirmou.
Os Correios também divulgaram um comunicado à imprensa na tarde de quarta-feira (22). Em nota, a estatal informou que está operando em todo país com todos os funcionários presentes. Além disso, todas as agências e todos os serviços estão disponíveis para a população.
“A empresa já preparou uma série de medidas para garantir a normalidade dos serviços caso as assembleias desses cinco sindicatos aprovem paralisação parcial e pontual, entre elas: contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo”, garantiram.
A nota também destaca que, pela primeira vez depois de sete anos, os Correios assinaram um Acordo Coletivo de Trabalho. “[A negociação] recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior”, afirmaram.