Tratamento para depressão pode mudar estrutura do cérebro, sugere estudo
Pacientes com depressão enfrentam dificuldades em regular as emoções negativas, assim como suas respostas fisiológicas ao estresse. No passado, cientistas chegaram a relacionar o problema com a estrutura cerebral, embora não haja confirmação desse vínculo.
Estudos já associaram a depressão a alterações no volume de massa cinzenta e substância branca do cérebro. Além disso, cientistas indicaram que o problema afeta a atividade da amígdala e causa um encolhimento no hipocampo e também dos gânglios basais.
Uma pesquisa apresentada durante o 35º Congresso do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP), em Viena, reforça a associação entre o transtorno e o cérebro, mostrando que há formas de reverter os danos. Apesar da estrutura do cérebro ser rígida, ela parece ser suscetível a mudanças rápidas, que podem melhorar a qualidade de vida da população.
Para chegar a tais conclusões, cientistas da Universidade de Münster, na Alemanha, realizaram exames de imagem no cérebro de 109 pacientes com depressão. Para fins de comparação, também realizaram ressonância magnética em 55 participantes saudáveis.
Os voluntários foram tratados com terapia eletroconvulsiva, terapia psicológica ou medicação antidepressiva. Alguns receberam uma combinação de todas as terapias. Após seis semanas, todos tiveram o cérebro novamente analisado.
Ao final, os pesquisadores notaram nos pacientes um aumento da conectividade entre os neurônios em certas partes do cérebro, independente do tratamento que receberam. Além disso, pessoas que apresentaram uma maior resposta ao tratamento, com menos sintomas de depressão, tiveram as maiores mudanças no cérebro, reforçando a correlação.
Os cientistas ficaram surpresos com a velocidade em que o cérebro mudou, mas ainda não sabem dizer como cada terapia influenciou nas alterações do órgão. Mais estudos devem ser feitos para elucidar tal questão.