Vacina de Oxford contra COVID-19 gera forte resposta imune em idosos e adultos, diz empresa

Imunizante se mostrou seguro e bastante eficaz, tanto em pacientes jovens quanto idosos. Previsão é que distribuição comece em 2021.
Imagem: National Cancer Institute (Unsplash)

Atualização às 12h45 (26/10): uma versão anterior do texto falava no título sobre “resposta autoimune” quando na verdade o certo é “resposta imune”. A informação já foi corrigida.

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Uma das vacinas mais promissoras na cura do novo coronavírus produziu uma resposta imune bastante alta, tanto em jovens quanto em idosos. Estamos falando do medicamento produzido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca, que também estão realizando testes aqui no Brasil.

O simples fato de gerar imunidade de forma segura já é um grande fato por si só. Contudo, o que torna o anúncio ainda mais animador é que a vacina não apresentou efeitos reversos ou inseguros em voluntários idosos, que possuem o sistema imunológico mais fraco e vulnerável. É por isso que esse grupo é considerado um dos que apresentam maior risco de sofrer complicações graves por conta da COVID-19.

Desde julho, o laboratório britânico vem testando o imunizante em um grupo de adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos. Em todos, a vacina induziu uma “forte resposta imune”.

“É encorajador ver que as respostas de imunogenicidade foram similares entre adultos jovens e idosos e que a reatogenicidade foi mais baixa em adultos mais velhos, onde a gravidade da Covid-19 é maior. Os resultados constroem ainda mais o corpo de evidências de segurança e imunogenicidade da AZD1222 (nome técnico da vacina)”, disse um porta-voz da AstraZeneca. As informações são da agência Reuters.

A vacina desenvolvida pela farmacêutica em parceria com a Universidade de Oxford começou a ser desenvolvida em janeiro deste ano. O vetor viral usado no medicamento é feito a partir de uma versão fraca do vírus da gripe que causa infecções em chimpanzés. Este vírus, por sua vez, é então modificado com a sequência genética da proteína encontrada no Sars-CoV-2 – a mesma que infecta as células humanas.

O objetivo dos cientistas é estimular o corpo humano a produzir anticorpos capazes de neutralizar o novo coronavírus e ao mesmo tempo impedir que ele infecte o organismo.

Uma outra vacina, a CoronaVac, também tem se mostrado segura para idosos, porém a resposta imunológica é menor nesse grupo. O imunizante é desenvolvido em uma parceria entre o laboratório chinês Sinovac Biotec e o Instituto Butantã, em São Paulo.

No entanto, é provável que a vacina de Oxford não seja disponibilizada para a população em massa neste ano. Matt Hancock, secretário de Saúde do Reino Unido, afirmou que não descarta um lançamento ainda em dezembro, mas que a expectativa central do governo tem trabalhado com janela de lançamento a partir de 2021. Hancock anda disse que o governo está preparando uma logística para disponibilizar o imunizante na primeira metade de 2021. Ou seja, é bem possível que uma vacinação em massa só aconteça em 2022.

Vale lembrar que, no início de setembro, os testes com a vacina de Oxford foram interrompidos após um voluntário apresentar efeitos colaterais graves que poderiam estar relacionados ao medicamento. Foi a segunda vez que a testagem havia sido interrompida.

Mais recentemente, um jovem de 28 anos que morava no Brasil e participava dos testes acabou morrendo de complicações relacionadas ao coronavírus. Isso, contudo, não interrompeu os experimentos. Fontes disseram ao jornal O Globo e à Bloomberg News que o jovem estava no grupo que tomou o efeito placebo, o que significa que ele não recebeu a vacina experimental. No entanto, essa informação não foi confirmada pelos órgãos de saúde.

[Reuters]

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