Varíola dos macacos: casos de homens gays e bissexuais sobem e preocupam autoridades

Doença é transmitida pelo contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados
Sintomas e transmissão varíola dos macacos - Imagem mostra vírus visto através de microscópio.
Imagem: PHIL/CDC/Reprodução

A varíola dos macacos é transmitida pelo contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. Qualquer pessoa, independente do gênero ou idade, pode ser contaminada. Mas, agora, autoridades de saúde estão preocupadas com o número de pessoas LGBT que contraíram a doença.

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Nos EUA, o CDC (Centro de Controle e Prevenção) contava 1.972 casos prováveis ​​ou confirmados da doença no país no início desta semana. A maioria são homens gays e bissexuais, que relataram ter praticado algum tipo de relação sexual.

Essa é uma tendência que já vem sendo observada em outros países nas últimas semanas. Segundo destacou a BBC, no começo de junho, 86% dos infectados da Inglaterra vivem em Londres, e apenas dois são mulheres. A maioria tem entre 20 e 49 anos.

Como disse à CNN o Dr. Demetre Daskalakis, diretor da Divisão de Prevenção da HIV/AIDS do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), é pouco provável que um contato superficial seja a causa da doença. “Se é um abraço que não inclui necessariamente uma camisa, há um risco teórico de transmissão, mas não é isso que estamos ouvindo sobre esses casos”, afirmou Daskalakis.

Ainda não se sabe ao certo qual tempo de contato seria longo o bastante para permitir a transmissão. Vale, porém, a menção que em espaços fechados, como saunas ou clubes, onde geralmente há contato anônimo com várias pessoas/parceiros, há uma probabilidade maior de a doença se espalhar. Daí pode derivar o maior número de casos entre homens gays.

Proteção

Autoridades estão investigando a possibilidade de transmissão por alguém que não apresenta sintomas ou por meio de sêmen, fluidos vaginais e matéria fecal. A recomendação atual, porém, segue sendo evitar, o máximo possível, o contato com a pele de alguém assumidamente contaminado — ou de desconhecidos.

Estigma da doença

Em entrevista à CNN Brasil, Rico Vasconcelos, médico e pesquisador do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, reforçou que “ninguém pega varíola dos macacos porque é gay”.

“Neste momento, em julho de 2022 no Brasil, os casos se disseminam de forma mais concentrada entre homens gays. É como se estivesse chovendo para todo mundo, mas chove mais no quintal de homens gays — e, por isso, eles têm que estar mais atentos”, afirma.

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