Em meio ao surto de varíola dos macacos notificados, principalmente, na Europa e América do Norte, fica aquela dúvida: vamos precisar nos vacinar para a doença?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que ainda é cedo para falar na imunização em massa. Por outro lado, alguns países já estão se preparando para evitar uma piora do cenário – um aprendizado que chegou com a pandemia de Covid-19.
Funcionários dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), por exemplo, disseram estar planejando distribuir vacinas contra a varíola dos macacos para pessoas que tiveram contato próximo com infectados, profissionais da saúde e grupos de risco.
O país possui cerca de mil doses do composto JYNNEOS, vacina aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa americana. As autoridades esperam aumentar esse número nas próximas semanas, à medida que a empresa Bavarian Nordic fornece mais doses.
A Alemanha planeja ir pelo mesmo caminho. Apesar do país estar realizando isolamento dos infectados para conter o surto, já foram encomendadas 40 mil doses da vacina Imvanex para serem aplicadas caso as coisas saiam do controle. A Imvanex é a mesma vacina utilizada pelos EUA, fabricada pela Bavarian Nordic, mas vendida sob outro nome.
A Bavarian Nordic, inclusive, é uma empresa dinamarquesa. O imunizante também deve ser utilizado no país sede da empresa, como foi informado por autoridades locais. Rolf Sass Sørensen, vice-presidente da farmacêutica, disse ainda não ser necessário aumentar a demanda de produção desta vacina, pois a empresa conta com um estoque enorme e pode produzir outras milhões de doses.
O mercado deve se tornar competitivo em breve. A farmacêutica Moderna disse que está trabalhando em uma vacina para a varíola dos macacos. Os estudos da empresa norte-americana ainda estão em fase pré-clínica, ou seja, com testes realizados apenas em laboratório e sem voluntários humanos.
A varíola dos macacos é uma doença endêmica da África Ocidental e Central. Seu aparecimento em larga escala em outros continentes chamou a atenção de cientistas, que agora estão investigando o vírus.
Nesta semana, Portugal se tornou o primeiro país do mundo a sequenciar o genoma do patógeno. O trabalho foi feito por pesquisadores do Núcleo de Genômica e Bioinformática do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Tais informações devem ajudar os cientistas a compreender a origem do surto e o que levou a sua rápida disseminação.