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Veja a lista recorde de 35 países que proibiram acesso à internet em 2022

Pelo menos 35 países proibiram o acesso à internet em em 2022, o maior número desde 2016, segundo relatório. Veja a lista

Veja a lista recorde de 35 países que proibiram acesso à internet em 2022

Imagem: Flowcomm/Flickr/Reprodução

Ao final de 2022, 35 países haviam proibido o acesso à internet da sua população — em 187 ocasiões diferentes. Esse número é o maior desde 2016, quando a organização internacional Access Now começou a contabilizar os dados. 

Um relatório lançado nesta terça-feira (28) mostra que a maioria das paralisações aconteceu em meio a protestos, conflitos e supostas violações de direitos humanos. Houve também ocasiões em que o acesso foi barrado durante eleições e concursos públicos. 

Considerando apenas o número de desligamentos, o ano campeão é 2019, quando 213 apagões em 33 países. Em 2020, o número caiu para 159, possivelmente por causa da Covid-19. Em 2021, 12 países cortaram a internet durante as eleições, enquanto apenas cinco o fizeram no ano passado. Mesmo assim, o relatório alerta para um salto no número de interrupções. 

“As paralisações não estão apenas ressurgindo após uma diminuição no auge da pandemia, elas duram mais, visando populações específicas e estão sendo aplicadas quando as pessoas mais precisam de uma conexão – inclusive durante crises humanitárias, protestos em massa e conflitos e guerras ativos”, alerta o levantamento.

A Índia lidera a lista: foram 84 cortes na internet no ano passado. A maioria ocorreu durante conflitos na região semi-autônoma da Caxemira (foto). O território é de maioria muçulmana, enquanto o restante da Índia é hindu. Por questões históricas e religiosas, a população da Caxemira pede que o território seja integrado ao Paquistão, um inimigo antigo de Nova Délhi.

A resposta do governo indiano aos manifestantes é sempre violenta e uma das formas de afastar denúncias e dificultar a comunicação no território é deixar a internet fora do ar. Entre 2019 e 2020, a conexão aos 12,5 milhões de habitantes da região ficou inativa por 18 meses. 

Países que proibiram a internet em 2022 

A Ucrânia vem em segundo lugar, com 22 interrupções de sinal. Segundo o relatório, todos os apagões resultaram de ações da Rússia. “As quedas foram impostas por forças externas durante o conflito”, diz o levantamento.

Enquanto isso, Moscou registrou dois bloqueios, aos quais o relatório se refere de apagões de redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram. 

Em seguida está o Irã, um infrator reincidente. O país do Oriente Médio desligou a internet 18 vezes durante o ano passado. A maioria dos apagões foi durante os protestos em resposta à morte de Mahsa Amini. A iraniana curda de 22 anos morreu sob custódia da polícia por violar o código de vestimenta da República Islâmica, em setembro. 

Veja a lista completa: 

  1. Índia (84 apagões)
  2. Ucrânia (22)
  3. Irã (18)
  4. Mianmar (7)
  5. Bangladesh (6)
  6. Jordânia (4)
  7. Líbia (4)
  8. Sudão (4)
  9. Turcomenistão (4)
  10. Afeganistão (2)
  11. Burkina Faso (2)
  12. Cuba (2)
  13. Cazaquistão (2)
  14. Rússia (2)
  15. Serra Leoa (2)
  16. Tadjiquistão (2)
  17. Uzbequistão (2)
  18. Argélia (1)
  19. Armênia (1)
  20. Azerbaijão (1)
  21. Brasil (1)
  22. China (1)
  23. Etiópia (1)
  24. Iraque (1)
  25. Nigéria (1)
  26. Omã (1)
  27. Paquistão (1)
  28. Somália (1)
  29. Sri Lanka (1)
  30. Síria (1)
  31. Tunísia (1)
  32. Turquia (1)
  33. Uganda (1)
  34. Iêmen (1)
  35. Zimbábue (1)

Brasil teve um apagão 

A única interrupção de internet no Brasil em 2022 tem relação com a ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para bloquear o Telegram, em março. A decisão ocorreu depois que a empresa falhou em cumprir ordens para remover desinformação e notícias falsas na preparação para as eleições de outubro. O bloqueio da rede durou dois dias. 

“Bloquear plataformas inteiras é sempre uma resposta desproporcional e não pode ser justificado como um mecanismo para lidar com o conteúdo questões de governança”, diz o relatório. 

Segundo a organização, o Telegram e plataformas semelhantes são responsáveis por garantir que seus serviços não perpetuem danos aos direitos humanos e devem fazer investimentos e escolhas de projeto necessárias para responder em tempo real a possíveis ameaças. 

“O fracasso em fazê-lo incentivou cada vez mais governos a tomarem medidas extremas em resposta à desinformação, discurso de ódio e incitação à violência online”, afirma o texto. “E, da mesma forma, fornece uma desculpa fácil para governos que buscam interromper o acesso à informação”. 

Neste ano, a organização espera novas interrupções na Índia, além de 17 países com eleições que prometem turbulência, incluindo o Paquistão, República Democrática do Congo, Zimbábue e Guatemala. 

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