A Venezuela confirmou, na última segunda-feira (17), que vai cooperar com o projeto da ILRS (Estação de Pesquisa Lunar Internacional), liderado pela China. O país sul-americano se torna, assim, um dos primeiros a embarcar no projeto paralelo ao Programa Artemis de exploração lunar, liderado pela NASA.
Gabriela Jimenez, vice-presidente e ministra da Ciência e Tecnologia da Venezuela, assinou uma declaração junto a Zhang Kejian, administrador da CNSA (Administração Espacial Nacional da China), e conversaram via chamada de vídeo.
¡Un hito en la investigación espacial! Este lunes, Venezuela y China han firmado una declaración conjunta para fortalecer los lazos de cooperación en materia de exploración lunar. 🚀🌕
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— ABAE 🚀🛰️ (@AbaeVzla) July 18, 2023
De acordo com a CNSA, as agências espaciais dos dois países vão trabalhar juntas na demonstração e implementação de engenharia e operação da ILRS. Também haverá parceria no desenvolvimento e implantação de instrumentos e experimentos científicos e tecnológicos da estação, bem como no compartilhamento e análise de dados.
Planos da China
A China pretende construir a ILRS, uma base permanente na Lua, na década de 2030, e também conta com a ajuda da Roscosmos, agência espacial da Rússia. A estação lunar serviria para hospedar experimentos científicos e tripulações, a partir de 2036. Antes disso, a CNSA vai fazer uma série de missões até o satélite.
Uma destas missões é a robótica Chang’e 6, programada para o ano que vem, que fará um retorno de amostras do polo sul lunar. Outra é a Chang’e 7, programada para 2026, que fará um pouso na mesma região, levando um rover e uma sonda. Depois, seria a vez da Chang’e 8, em 2028, uma missão teste de tecnologia na superfície lunar.
Parceria antiga
A China e a Venezuela já estabeleceram cooperação espacial antes, incluindo no lançamento de 2008 do satélite de comunicações VeneSat-1 construído pelo país asiático, e de outros satélites de sensoriamento remoto na órbita baixa da Terra.
Agora, a Venezuela vai disponibilizar sua infraestrutura de estação terrestre de controle de satélites para as missões lunares, entre outras coisas. “Isso representa uma oportunidade única para planejamento, orientação e definição de missões, bem como transferência de tecnologia e avanços conjuntos na exploração lunar”, disse um comunicado da ABAE, agência espacial do país sul-americano.