Para causar uma infecção, os vírus precisam invadir as células humanas e dar início ao processo de replicação. Mas acessar essas unidades estruturais pode não ser tão fácil assim.
Antes de qualquer coisa, o patógeno deve passar pela camada protetora das células, além de atravessar o muco que reveste as vias aéreas e o intestino, considerados as primeiras linhas de defesa do corpo contra infecções.
O método utilizado pelos vírus para ultrapassar a barreira protetora ainda não é totalmente compreendido. A velocidade do patógeno e seu tamanho centenas de vezes menor do que as células atrapalha a visualização dos cientistas.
Agora, isso está prestes a mudar. Pesquisadores da Duke University, nos EUA, conseguiram registrar um patógeno momentos antes de atacar o intestino. Na gravação é possível ver uma partícula de vírus minúscula em roxo se movendo pelas células.
A técnica de rastreio do vírus combina dois microscópios em um. Ela foi chamada pelos pesquisadores de 3D-TrIm (sigla para 3D Tracking and Imaging Microscopy). O estudo completo foi publicado na revista Nature Methods.
Em primeiro lugar, os cientistas adicionaram um componente que torna o vírus fluorescente. Assim, um dos microscópios consegue acompanhar o movimento rápido do vírus enquanto o segundo captura imagens das células vizinhas. É como se o primeiro maquinário seguisse um carro no Google Maps, enquanto o segundo mapeia as construções ao seu redor.
Por enquanto, o composto faz o vírus brilhar apenas por alguns minutos, o que dificulta sua observação. A equipe pretende mudar isso, não apenas tornando o patógeno rastreável por mais tempo, mas também aprimorando a técnica e permitindo que ela acompanhe o vírus em ambientes mais realistas, semelhantes a tecidos, onde as infecções se instalam pela primeira vez.