Vikings sofriam de cáries e buscavam tratamentos dolorosos, diz estudo
Os destemidos vikings, conhecidos por suas habilidades marítimas e ousadias em batalhas, eram também suscetíveis a uma adversidade bastante mundana: a cárie dentária. Um novo estudo, feito por Carolina Bertilsson, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, revelou que os vikings suecos enfrentavam problemas dentários dolorosos, buscando, por vezes, tratamentos para amenizar seu desconforto.
A pesquisa, publicada na revista científica Plos One, estudou os restos mortais de uma população viking datada dos séculos X a XII d.C. Eles foram descobertos em Varnhem, na Suécia, durante escavações em 2005. Próximo a uma igreja cristã, um cemitério revelou milhares de sepulturas, desencadeando uma análise minuciosa nos dentes de 171 indivíduos, totalizando mais de 2.300 dentes examinados.
Os resultados indicaram que mais de 60% dos adultos examinados exibiam sinais de cárie dentária, sendo mais prevalente na superfície radicular – cárie que atinge a raiz do dente. Curiosamente, nenhum dos indivíduos jovens apresentava cárie. Além disso, a pesquisa também revelou outras patologias, como infecções dentárias e indícios de perda dentária antes do falecimento.
Os autores ressaltam que a prevalência de cárie dentária nesta população viking sueca assemelha-se à observada em outras populações europeias da mesma época. A cárie dentária é uma das doenças mais prevalentes no mundo e é causada por tipos específicos de bactéria. Elas produzem ácidos que corroem o esmalte do dente e, em casos mais avançados, a camada debaixo dele, também conhecida como dentina.
Vikings recorriam a tratamentos dolorosos para cárie
O estudo apontou ainda casos de abrasão dentária, indicando possíveis modificações intencionais para aliviar a dor. Ou seja, mesmo que de forma rudimentar e sem o conhecimento científico que temos atualmente, os vikings tentavam tratar suas cáries.
A pesquisa destaca o sofrimento e as tentativas de tratamento, já que as evidências mostram que os vikings suecos não hesitavam em realizar procedimentos dolorosos que hoje em diz fazemos com anestesia. Nas ossadas, os estudiosos detectaram sinais de lixamento e palitação dos dentes, por exemplo.
Além disso, foram encontradas tentativas de tratar infecções dentárias, evidenciando uma abordagem pragmática para lidar com as adversidades da saúde bucal em suas vidas.