Vulcões na Lua cuspiam lava quando dinossauros ainda andavam pela Terra
Através de análises recentes de amostras da superfície lunar, coletadas pela missão Chang’e 5, cientistas chineses confirmaram evidências sobre a existência de vulcões na Lua.
Pesquisadores do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia de Ciências da China revelaram, em um estudo publicado na última quinta-feira (5), que os vulcões cuspiam lava na Lua há 120 milhões de anos, quando os dinossauros ainda caminhavam pela Terra.
A missão Chang’e-5 viajou até a Lua em 2020, retornando à Terra com 1,7 kg de amostras da superfície lunar, incluindo um novo mineral.
Em 2020, a China enviou sonda Chang’e 5 à Lua, que retornou para a Terra com 1.731 gramas de amostras da superfície. Entre essas amostras, os cientistas identificaram pequenos grãos de vidro vulcânico.
Anteriormente, análises de amostras coletadas pelas missões Apollo, da NASA, Luna, da União Soviética, indicavam que a atividade vulcânica na Lua começou há 4,4 bilhões de anos e chegou ao fim há 2,8 bilhões de anos.
No entanto, as amostras da Chang’e-5 desafiam essa tese.
Análises sobre atividade de vulcões na Lua
Os cientistas Li Qiuli e He Yuyang identificaram três grãos de vidro vulcânico entre milhares de grãos do solo lunar.
Usando métodos de análise isotópica, composicional e de textura, os cientistas conseguiram distinguir esses três vidros vulcânicos e identificaram a presença de isotopos de enxofre, o que confirma a origem vulcânica das amostras.
De acordo com o estudo, os isótopos radioativos do mineral reforçaram a evidência de que os vulcões estavam em atividade na Lua há pouco mais de 120 milhões de anos.
As análises dos cientistas concluíram que essa evidência mineral dos vulcões na Lua datam de mais de 123 milhões de anos. No entanto, o estudo sugere que a atividade vulcânica na Lua foi consideravelmente pequena para ser vista a olho nu.
Aliás, a Chang’e-5 foi a primeira missão lunar a pousar próximo da formação de vulcões chamada Mons Rümker, região que fica no Oceanus Procellarum, ou “Oceano das Tormentas”, o maior dos mares lunares na parte ocidental do lado visível da Lua.
Nesse local, a sonda chinesa coletou todo o material lunar, incluindo os grãos de vidro vulcânico.
Desse modo, a descoberta destaca a complexa história geológica da Lua ao mesmo tempo que reforça a importância da exploração lunar contínua.
Além disso, o estudo abre novos caminhos para explorar os processos térmicos e magmáticos que formaram a evolução da Lua.