Uma lista de todo mundo que está pistola com o Facebook

O império de Zuckerberg está vindo abaixo. Sim, o homem que uma vez chamou usuários de “idiotas” [ele teria disso em 2004 logo após lançar o Facebook] por confiarem nele ao ceder dados pessoais está do meio de uma confusão pública. Pare um momento para processar tudo o que ocorreu recentemente. • Congresso dos EUA […]

O império de Zuckerberg está vindo abaixo. Sim, o homem que uma vez chamou usuários de “idiotas” [ele teria disso em 2004 logo após lançar o Facebook] por confiarem nele ao ceder dados pessoais está do meio de uma confusão pública. Pare um momento para processar tudo o que ocorreu recentemente.

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O resumo da arrogância do Vale do Silício, Mark Zuckerberg merece para sempre ser lembrado por sua falta de graça e por ficar em seu mundinho. Desde que o escândalo da Cambridge Analytica se tornou conhecido, equipes de caros advogados e de profissionais de relações públicas não impediram o CEO menos carismático do mundo de ficar escondido, sem se pronunciar por um bom tempo sobre o caso.

Reguladores, usuários e investidores têm razão para ficar nervosos com a rede social. A situação tem ficado tão complicada que está cada vez mais difícil de acompanhar como entidades ou governos têm ameaçado o reino de Zuckerberg. Para sua conveniência, nós compilamos todos eles aqui. Basicamente, reunimos todo mundo que ficou pistola com o Facebook recentemente:

FTC (Federal Trade Commission)

Em 2011, o Facebook resolveu acusações estabelecidas pela FTC (Comissão Federal de Comércio) de que “enganou consumidores dizendo a eles que poderiam manter suas informações privadas no Facebook, e então repetidamente tornar essas informações públicas.” Na época, a rede social prometeu não fazer mais isso.

A situação envolvendo a obtenção de dados de 50 milhões de usuários do Facebook pela Cambridge Analytica fez a FTC pensar se a rede social voltou a violar esse acordo. Na última segunda-feira (26), Tom Pahl, da FTC, confirmou que o órgão abriu um investigação para entender as práticas da empresa.

Pessoas com advogados

Desde que estourou o escândalo da Cambridge Analytic, o Facebook não para de ser processado. Nessa onda de ações, três são de acionistas que argumentam que a companhia fez declarações falsas e enganosas sobre a segurança dos dados que levou a toda essa comoção público. O valor de mercado da empresa caiu consideravelmente — algo que os acionistas costumam se importar. Na última semana e meia, o Facebook perdeu cerca de US$ 100 bilhões em valor de mercado.

Depois vieram outras duas ações de não-acionistas, alegando que a empresa falhou ao proteger os dados de usuários, apesar de saber que a Cambridge Analytica tinha dados de 50 milhões de usuários. Todas essas ações podem eventualmente pode ser tornar uma só queixa.

Por enquanto, o último processo foi registrado nesta segunda-feira (26) por Cook County, em Illinois, e chama o Facebook de “a maior operação de mineração de dados que existe.”

Anunciantes

O Facebook, apesar de a rede sempre mencionar a “comunidade”, é em seu núcleo o que o processo de Cook County descreve: um negócio que minera dados pessoais e vende para anunciantes. E, surpreendentemente, a companhia concentrou boa parte da indústria de anunciantes digitais. Cerca de 60% da receita de propagandas online nos Estados Unidos é dividida entre duas empresas: Facebook e Google.

Não vai ser esse escândalo que vai mudar esses números. No entanto, algumas companhias deixaram de anunciar no Facebook. Entre elas estão a Mozilla Foundation, Pep Boys, Sonos e banco alemão Commerzbank. Talvez eles voltem a anunciar na rede (ou não).

A Comissão Federal de Eleição

Em novembro, quando o público achou que o Facebook estava em seu pior momento, a FEC (Federal Election Commission) começou a observar as políticas da companhia e a transparência sobre anunciantes. Sem surpresas, o órgão ainda está investigando.

Há duas semanas, a FEC propôs novas regras de transparência a serem seguidas por empresas como o Facebook — algo que até recentemente a rede lutava com todas suas forças para evitar.

Congresso e Parlamento dos EUA

Como ficou claro em uma recente entrevista para a CNN, Mark Zuckerberg é ruim falando para o público. Em comunicados quase idênticos para a CNN, Wired e New York Times, ele falou por cima sobre a possibilidade ir ao Congresso — dizendo que ele pode não ser “a pessoa do Facebook com o maior conhecimento sobre o assunto”. A última vez que o Facebook teve o privilégio de ser questionado por políticos no Comitê de Justiça do Senado dos EUA, a pessoa em questão era, e parece que vai ser de novo, Colin Stretch, o advogado da companhia.

O dia de Mark parece estar chegando, pois o congresso e o parlamento britânico acham que ele tem total capacidade de testemunhar diante dos políticos. Zuckerberg já declinou anteriormente de comparecer no parlamento. Sugeriram, então, que ele participasse via videoconferência. A ver se ele o fará.

Usuários Android

Você já usou o Facebook em um smartphone Android? Suas chamadas e mensagens foram obtidas pela rede social.

Porém, não se preocupe. O Facebook — uma companhia envolvida em um escândalo por não lidar bem com dados sensíveis — disse que não estava lendo suas conversas.

Todo mundo

É difícil estimar quão grande foi o movimento #DeleteFacebook, ou quantos usuários abandonaram a rede social. O que podemos dizer é que a confiança na rede social está em seu menor nível, e as ações da companhia não parecem ter sido o suficiente para reparar essa relação.

O que pode ter causado isso? Talvez a revelação de que a plataforma esteve envolvida em um escândalo para influenciar as eleições presidenciais nos EUA de 2016 e que a empresa Cambridge Analytica foi generosamente financiada por milionários, John Bolton (assessor de segurança Nacional do governo Trump) e o membro da equipe de transição de Trump Peter Thiel — Thiel secretamente financiou um processo que levou à antiga dona do Gizmodo, a Gawker Media, à falência.

Também é possível que tenha contribuído a decisão da empresa de publicar anúncios de página inteira em jornais que alertaram sobre o processo de obtenção de dados da plataforma, sob o pretexto de pedido de desculpas. (Poderia pegar bem, pessoal!).

Outra possibilidade são os posts cínicos de Zuckerberg no Facebook, e sua total falta de habilidade de pedir desculpas sinceras pelo vazamento de dados de 50 milhões de pessoas.

Quem pode saber, né? Mas algo é fato diante de todas essas possibilidades: Mark, as pessoas estão incomodadas.

Imagem do topo via Getty Images

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