A biblioteca virtual de R$ 1 milhão que não existe

Em 2004, a Secretaria de Educação do estado de São Paulo fechou contrato para inaugurar uma biblioteca virtual com cerca de 40 mil títulos. Só que, mesmo após o pagamento – R$ 1,1 milhão em valores atuais – ela nunca saiu do papel. Segundo a Folha, o contrato foi feito com a E-Libro, empresa sediada […]

Em 2004, a Secretaria de Educação do estado de São Paulo fechou contrato para inaugurar uma biblioteca virtual com cerca de 40 mil títulos. Só que, mesmo após o pagamento – R$ 1,1 milhão em valores atuais – ela nunca saiu do papel.

Segundo a Folha, o contrato foi feito com a E-Libro, empresa sediada em Miami (EUA) cujo acervo está principalmente em inglês.

Na época, o acordo permitiria acesso a 40.000 obras em inglês, 4.000 em espanhol e só 400 livros em português. Técnicos da secretaria diziam que a biblioteca era desnecessária: no mesmo ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciava a criação do Portal E-Livro, para fornecer acesso a publicações de 150 editoras.

O acordo em São Paulo foi intermediado pela Unesco, braço da ONU para educação e cultura. O órgão diz que houve problemas técnicos, resolvidos em 2006, e diz que a biblioteca virtual nunca saiu do papel por desinteresse da secretaria de Educação.

O projeto foi autorizado quando Gabriel Chalita chefiava a secretaria. Ele diz que sua sucessora, Maria Lucia Vasconcelos, é responsável por não dar continuidade ao projeto.

Agora o Ministério Público investiga o caso para tentar recuperar o dinheiro perdido. Segundo a investigação, a E-Libro mal conseguiu entregar o tutorial do seu sistema em português: “técnicos perderam mais de um ano para refazer a tradução”.

A E-Libro continua a existir: ela é parceira da Ebrary para conteúdo em espanhol e português. Fundada em 1999, a Ebrary foi adquirida em 2011 pela ProQuest, que fornece conteúdo para bibliotecas através de assinatura. Entre os clientes do E-Livro no Brasil estão a USP, Unicamp, PUC-Rio e UnB.

Victor Torrecilla, gerente da E-Libro em Miami, diz à Folha que a biblioteca foi entregue: “entregamos um link, não um produto”. No entanto, as investigações continuam. [Folha]

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