A Terra está preparada para comportar 11 bilhões de habitantes?
Estimativas das Nações Unidas sugerem que, até 2100, o mundo terá cerca de 11,2 bilhões de habitantes. O crescimento populacional é resultado dos avanços na medicina, que permitem uma maior expectativa de vida da população e uma menor taxa de mortalidade infantil.
Há quem acredite que esse seja um número superestimado. É o caso de James Pomeroy, economista do HSBC. Ele sugere que o pico populacional do planeta ocorrerá por volta de 2043, com o número de pessoas na Terra caindo para 4 bilhões até o final do século.
Sua ideia acompanha a de outros autores, como Darrell Bricker e John Ibbitson, que escreveram o livro “Planeta Vazio: o choque do declínio populacional global”. Basicamente, o grupo defende que a taxa de fecundidade, que já está em queda, levará a redução populacional.
As mulheres estão mais inseridas no mercado de trabalho, optando por atrasar a idade em que têm o primeiro filho. Além disso, elas têm mais acesso a métodos contraceptivos, evitando gestações indesejadas. Por fim, os imóveis estão cada vez mais caros e o custo de vida também, o que leva as famílias a adiarem ou mesmo desistirem das crianças.
De toda forma, o crescimento ou queda populacional não vai ser igual em todas as regiões do mundo. Em alguns países na Europa, por exemplo, o ritmo tende a diminuir, enquanto na Índia, Etiópia e até mesmo nos EUA, o número deve subir.
Mas será que o mundo está preparado para ter tanta gente assim?
Há muitos fatores a serem considerado:
1- Um planeta com muitas pessoas e maioria idosa acaba pressionando os sistemas de saúde, por exemplo, além de virar as atenções para os direitos previdenciários.
2- Há ainda a questão da alimentação. As mudanças climáticas oferecem riscos ao cultivo de alimentos, ao mesmo tempo em que a população segue crescendo e precisa de comida para sobreviver. Pensando em garantir a subsistência de todos, pesquisadores já estão estudando alimentos que poderão ser usados no futuro, como a mandioca e a banana falsa.
Por outro lado, se o mundo seguir uma tendência de queda, como acredita James Pomeroy, será possível segurar o avanço do aquecimento global e garantir a maior preservação da biodiversidade. Em contrapartida, muitos países desenvolvidos ficariam sem força de trabalho, o que poderia abrir as portas para a imigração.