Ciência

Açougue do futuro: novo biossensor determina com precisão o frescor da carne

Com essa nova tecnologia, cientistas vietnamitas e russos criam sensor para monitorar se a carne do mercado está fresca e é segura para consumo
Imagem: Victoria Shes/ Unsplash/ Reprodução

Uma das grandes preocupações da indústria de alimentos é a conservação dos produtos durante o seu transporte. Pensando nisso, uma equipe de cientistas vietnamitas e russos desenvolveram um biossensor que consegue medir com precisão a segurança de um pedaço de carne pelo grau de frescor.

Apesar de outras tecnologias já serem capazes de fazer essa medição, a nova ferramenta oferece “vantagens superiores em tempo, portabilidade, alta sensibilidade e seletividade”, segundo seus criadores.

Isso porque os sensores disponíveis atualmente são caros, demorados e muitas vezes exigem o manuseio de especialistas.

Entenda o contexto

A produção de carne é exportada mundo afora, de forma que o alimento provavelmente será consumido muito tempo depois que um animal morre. Conforme a carne envelhece, toxinas passam a se acumular.

Em geral, logo quando um animal para de respirar, ele deixa de produzir ATP (adenosina trifosfato), que é uma molécula responsável por fornecer energia às células. Então, aquelas ATPs já existentes se decompõem em ácido na carne.

Dois elementos representam as etapas intermediárias desse processo: a hipoxantina (HXA) e a xantina. Dessa forma, a indústria utiliza as duas substâncias como índices para avaliar a frescura de um pedaço de carne.

Sobre o biossensor

O novo biossensor é produzido usando um filme de poliimida, que é um tipo de plástico. Depois, o material é convertido em grafeno poroso usando um laser pulsado. Então, as nanopartículas de óxido de zinco adicionadas à ferramenta atraem as moléculas de HXA para a superfície do eletrodo. 

Quando o HXA interage com o eletrodo, aumentando sua voltagem. A partir dessa relação, é fácil determinar a quantidade de HXA presente na carne analisada. 

Como a carne de porco é a mais consumida no Vietnã, os pesquisadores realizaram testes com ela. Em geral, o biossensor  teve um desempenho com mais de 98% de precisão no monitoramento do frescor da carne.De acordo com os pesquisadores, qualquer carne pode ser avaliada por esta nova ferramenta. Os resultados da pesquisa e dos testes foram publicados na revista AIP Advances.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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