Este é Alex, o primeiro pinguim da Antártida nascido no México

O pinguim-gentoo Alex nasceu em dezembro no Aquário Inbursa. Situação da espécie é pouco preocupante, mas existem ameaças.
Fotos: Rebecca Blackwell/AP

Nas últimas semanas, a equipe do Aquário Inbursa na Cidade do México só teve olhos para um animal, igual pais com seu bebê recém-nascido. Afinal de contas, a mãe poderia esmagá-lo e outros animais poderiam machucá-lo. Mas nada disso aconteceu, felizmente, e deu até para tirar foto da primeira vez que ele foi alimentado pela mamãe. O bichinho precioso é um pinguim-gentoo bebê chamado Alex. Segundo o aquário, ele é o primeiro pinguim da Antártida nascido no México.

Segundo o site mexicano El Universal, a história começa com Beto e Mary, pais de Alex. Em setembro, quando começa a temporada de nidificação dos pinguins, a equipe do aquário começou a colocar pedras de rio em locais estratégicos para os pinguins encontrarem. Pinguins machos pegam uma das pedras e as oferecem às fêmeas. É como um presente para eles, e se a fêmea aceitar, os dois se tornam um casal, fazem um ninho e botam um ovo, explica Víctor Sánchez, diretor do Aquário Inbursa.

Os ovos do pinguim-gentoo levam entre 34 e 37 dias para eclodir. Sánchez disse que Alex nasceu em 2 de dezembro, 35 dias após sua mãe botar o ovo, e era um bebê muito forte. No início de janeiro, ele media 20 centímetros de comprimento e quase 1,7 kg, de acordo com o aquário. Os pinguins-gentoo adultos atingem uma altura média de cerca de 75 centímetros e pesam cerca de cinco quilos. Eles podem viver entre 15 a 20 anos na natureza.

O aquário chamou Alex de “o primeiro pinguim chilango”, um termo usado para descrever as pessoas que vivem na Cidade do México.

“Estamos celebrando e damos as boas-vindas ao primeiro pinguim-gentoo (Pygoscelis papua) bebê nascido no México”, disse o aquário em um comunicado no início deste mês. “Este evento extraordinário contribui para manter a nossa missão: a conservação da vida marinha.”

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Segundo o site do Aquário Inbursa, o local atualmente possui dois tipos de pinguins antárticos: o gentoo e o pinguim-de-barbicha. Ter pinguins não é exatamente uma tarefa fácil. Segundo Sánchez, o aquário teve que recriar as condições a que os pinguins estão acostumados na Antártica. Isso significava manter a temperatura certa do ar e da água e usar sistemas para filtrar a água 45 vezes por dia. O ar, por outro lado, é filtrado 15 vezes a cada hora para retirar qualquer objeto estranho com mais de três mícrons — uma pequena fração da largura de um cabelo humano.

Além disso, o aquário fez parcerias com especialistas da Espanha, Argentina, Canadá e Dubai para receber os pinguins.

Os pinguins-gentoo são protegidos pelo Tratado da Antártica de 1959. Eles enfrentaram algumas ameaças nas últimas décadas e chegaram a ser classificados como “quase ameaçados” por vários anos pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). No entanto, a entidade atualmente os coloca na categoria “pouco preocupante”, o que significa que eles têm uma população geral estável. A IUCN estima que existam 774 mil pinguins-gentoo maduros em todo o mundo.

De acordo com a IUCN, as principais ameaças à espécie incluem o uso de recursos biológicos, intrusões e perturbações humanas, espécies invasoras, doenças e poluição. A organização observa que a pesca pode ser uma ameaça porque os pinguins podem ser capturados acidentalmente em redes de pesca, além de competir pelos recursos que os humanos também buscam. Também existe a preocupação com o aumento da exploração de petróleo ao redor das Ilhas Falkland, que também abrigam pinguins-gentoo, bem como a poluição causada por derramamentos de óleo.

A proliferação de algas nocivas e doenças também afetaram populações no passado. Além disso, o turismo humano diminuiu a produtividade da criação. Especialistas também estão preocupados com o fato de os pinguins e outros animais antárticos ingerirem partículas de plástico de fontes que estão a milhares de quilômetros de distância, destacando a necessidade de estudar os níveis de microplásticos nas áreas onde vivem os animais. O mesmo problema também está afetando os ecossistemas do outro polo, no Ártico.

Mas, voltando a Alex, seus cuidadores humanos estão trabalhando duro para garantir que ele tenha tudo o que precisa para ter uma vida saudável. Sánchez explicou que sua comida, que inclui peixes como o arenque, é trazida do Alasca. A equipe da Inbursa também está de olho no bebê porque ainda não sabe nadar.

“[Ele é como] um lindo bichinho de pelúcia”, disse Sánchez ao El Universal. “Ele até se sente assim porque quase não tem penas, o que não lhe permite nadar, e estamos prestando atenção para que ele não caia na água. Nos próximos dias, ele começará a ter uma plumagem diferente.”

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