Ciência

Análise do asteroide Bennu revela compostos essenciais à vida

Depois de OSIRIS-REx coletar amostras do asteroide Bennu, cientistas encontraram minerais com água que não existem na Terra
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Em setembro de 2023, a missão OSIRIS-REx retornou à Terra com amostras do asteroide Bennu. Agora, depois da análise dos materiais, pesquisadores revelaram mais características do objeto espacial.

Entre elas, há um mineral que não existe na Terra, além de outros compostos que são essenciais para a vida. Além disso, a pesquisa demonstrou que as rochas de Bennu possuem uma variedade de texturas.

Elas são consideradas “rochas onduladas” e têm textura áspera, semelhante a uma lixa. De acordo com os cientistas, é uma bela amostraIsso porque a superfície das rochas de Bennu não sofreu alterações pela exposição ao ar da Terra, ao contrário da maioria dos meteoritos. Dessa forma, os resquícios do asteroide foram consideradas amostras “frescas”, sem interferência de sulfatos.

O que a análise revela sobre Bennu

Entre os compostos da rocha de Bennu, pesquisadores encontraram uma quantidade surpreendente de fosfato de magnésio. De acordo com os pesquisadores, essas partículas claras e brilhantes, salpicadas em um mar de rochas escuras de Bennu, são uma descoberta rara em astromateriais.

Na Terra, não há minerais análogos a essa substância do objeto espacial. Por isso, cientistas acreditam que a amostra com presença desse composto poderá fornecer informações sobre a atividade geológica do asteroide parental de Bennu.

Além disso, as amostras também mostram a presença de glicina, que é o aminoácido mais simples, crucial para formação de proteínas. Outros minerais com água também estão presentes na composição de Bennu, como carbonatos, sulfetos, olivina e magnetita.

Dessa forma, pesquisadores afirmam que o asteroide que gerou Bennu provavelmente passou por múltiplos episódios relacionados à água antes de se fragmentar.

Cientistas também encontraram filossilicatos na amostra. Eles são compostos estruturalmente ligados à água em meteoritos, de forma que podem ser berço de substâncias orgânicas.

Confirmação das hipóteses

De acordo com os pesquisadores, os minerais encontrados confirmam as previsões feitas anteriormente. Até agora, as hipóteses tinham como base apenas os dados de sensoriamento remoto coletados pela OSRISIS-REx enquanto se aproximava de Bennu.

Além disso, a análise recente mostra que as rochas de Bennu estão repletas de brechas. Em geral, elas são fragmentos de pedra que permanecem juntos mas estão frouxos, provavelmente como resultado de impactos.

Dessa forma, os novos dados confirmam também a teoria principal sobre Bennu, que afirma que ele se separou de um asteroide muito maior há cerca de 2 bilhões a 700 milhões de anos.

“Essas brechas provavelmente não se formaram em Bennu, mas sim no asteroide parental e depois, por si mesmas, se tornaram rochas que foram incorporadas em Bennu”, explica Tim McCoy, que lidera a pesquisa.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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