Por que a Carteira do iOS 15 pode facilitar sua vida, mas também trazer muita dor de cabeça
A Apple quer transformar o iPhone em um dispositivo que faz tudo. E com o anúncio do iOS 15 na última segunda-feira (7), um dos destaques no aparelho é o aplicativo Wallet, que no Brasil ganhará oficialmente sua devida tradução para Carteira.
O problema? O Wallet parece estar se tornando efetivo demais.
Além de poder incluir seus cartões de crédito ou débito, o iOS 15 vai permitir usar a Carteira como a chave do carro. Ou ainda, como fechadura para desbloquear aparelhos inteligentes — desde que eles sejam compatíveis, obviamente. E até servir para salvar documentos importantes, como carteira de motorista e registro geral emitidos pelo governo. O próprio app Busca (Find My) agora vai ajudar a encontrar AirPods perdidos.
Resumindo: se isso tudo for mesmo lançado no iOS 15, que tem previsão de ser disponibilizado entre setembro e outubro deste ano, o app Carteira promete acabar com a necessidade de você carregar chaves ou sua carteira recheada de documentos. Parece ótimo, certo? Até você perder seu smartphone ou ter o aparelho roubado.
Um cenário possível: você está longe de casa, não consegue encontrar seu telefone e não tem acesso a ninguém ou nada que possa ajudar a encontrá-lo facilmente. Você não pode ligar para alguém que pode usar o Find My em seu nome. Você não pode dirigir para qualquer lugar porque sua chave está no iPhone, junto com sua carteira de motorista. E você não pode comprar nada porque seus cartões estão no smartphone.
Mas calma, pois ainda tem uma opção: usar o iPhone como reserva de todas essas coisas que ele pretende substituir em um futuro não muito distante. Perdeu sua carteira física? É só recorrer à Carteira e visualizar seus antigos documentos até tirá-los novamente. Não lembra onde deixou as chaves do carro? Basta aproximar o celular da porta do veículo.
Eu não duvido que muita gente não vai ligar para isso e usar o app Carteira no iPhone para centralizar todos os documentos e gadgets possíveis. Talvez não seja um número significativo de usuários que fará essa substituição. No entanto, parece um caminho sem volta, uma vez que nossos smartphones se transformaram em verdadeiras extensões do nosso corpo, seja pela conveniência ou vício.