Ciência

Arqueólogos acham templo árabe de 2 mil anos no fundo do mar

Os arqueólogos afirmaram em um estudo recente que o templo de dois mil anos é uma construção de imigrantes do antigo reino árabe Nabateu
Imagem: Michele Stefanile/Divulgação

No fundo do mar da costa da Itália, arqueólogos descobriram antigos altares e placas de mármore com inscrições em latim, inspiradas pela cultura romana, mas que fazem parte de um templo árabe de dois mil anos.

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Os arqueólogos afirmaram em um estudo recente que o templo de dois mil anos é uma construção de imigrantes do antigo reino árabe Nabateu. O povo nabateu construiu o “Tesouro de Petra”, na Jordânia, que ficou famoso pelo filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”.

No final de outubro, os nabateus voltaram aos holofotes após arqueólogos descobrirem uma tumba secreta, também de dois mil anos, no subsolo da construção árabe.

Contudo, a descoberta do templo submerso aconteceu antes, quando arqueólogos decidiram mapear o fundo do mar próximo ao antigo porto romano de Puteoli, em 2023.

A maioria do porto foi parar embaixo d’água devido às alterações costeiras causadas por atividade vulcânica. O que sobrou do porto fica em Pozzuoli, na região metropolitana de Nápoles.

Porém, na antiguidade, o porto era um dos grandes centros de exportações de bens de consumo, sendo o segundo mais importante da época em todo o mundo antigo.

Atualmente, há apenas 1,9 quilômetros do que restou do porto romano, incluindo o templo árabe embaixo d’água, que os arqueólogos descobriram apenas no ano passado.

Templo árabe de 2 mil anos no fundo do mar da Itália

Os cientistas mapearam o fundo do mar da região e descobriram duas salas submersas com paredes em estilo romano. Essas paredes, com 10 metros de altura por seis de largura, abrigavam salas com dois altares brancos.

No templo embaixo d’água, os arqueólogos encontraram placas de mármore com a inscrição em latim “consagrado a Dushara”, o principal deus da religião do antigo povo árabe.

As placas de mármore com inscrições em latim que compunham o templo árabe e hoje estão embaixo d’água. Imagem: Michele Stefanile/Divulgação

Segundo Michele Stefanile, arqueólogo marítimo da equipe que encontrou a construção, o templo é dedicado a deuses nabateus, mas sem influências arquitetônicas árabes.

Assim como o “Tesouro de Petra”, a construção possui elementos da arquitetura romana. As inscrições em latim ressaltam que os habitantes do grande Reino Nabateu chegaram ao porto atraídos pelo potencial comercial, levando junto suas práticas religiosas.

O Reino Nabateu foi fundado há 2.323 anos, mas durou cerca de 350 anos, antes de se tornar um estado vassalo do Império Romano. No ano 106 d.C, o imperador romano Trajano decidiu criar uma província chamada Arábia, anexando o Reino Nabateu e humilhando seu povo, com moedas mostrando reis nabateus em posição de submissão.

Com a anexação, o Império Romano dominou a cultura árabe pré-islâmica e o comércio. Portanto, os arqueólogos afirmam que os nabateus enterraram o templo de propósito e abandonaram o porto devido às limitações do comércio.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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