Primeiro arranha-céu “invisível” do mundo usa LEDs e câmeras para desaparecer
Uma nova torre deve surgir nos arredores de Seul, Coréia do Sul: a Tower Infinity, edifício com 450 metros de altura, enfim recebeu autorização para ser construída.
A GDS Architects, responsável pelo projeto, a chama de “anti-ponto turístico”. É que, com a ajuda de uma esperta rede de câmeras e painéis LED, este arranha-céu pode desaparecer no céu noturno ao apertar de um botão.
Ele usa uma fachada que permite capturar a vista atrás do arranha-céu para, simultaneamente, projetá-la na superfície da torre. Isso permite que o prédio se misture com o plano de fundo, como um enorme camaleão cristalino.
Em cada face do arranha-céu, haverá três câmeras – em alturas diferentes – para capturar fotos do céu. Estas imagens serão processadas e reunidas em uma só, e então projetadas no outro lado do edifício.
Mas você precisa estar no ponto de vista certo para o efeito funcionar, certo? É por isso que haverá câmeras e telas LED nos seis lados do edifício, para o Tower Infinity “sumir” não importa de onde você esteja olhando.
O potencial da tecnologia é sedutor. As 500 fileiras de painéis LED permitem que todo o edifício “desapareça”, mas a fachada também pode ser usada para exibir imagens de eventos especiais, agindo como um grande outdoor – ou para instalações de arte bem espetaculares. Talvez haverá uma fusão dos dois, semelhante à façanha extraordinária da Nokia nas paredes de Millbank Tower, próximo a Londres, em 2011.
O edifício será construído no distrito empresarial Yongsan, nos arredores de Seul. Ou seja, ele ficará próximo ao aeroporto internacional Incheon, e poderá ser visto por quem estiver vindo dele. Torcemos que alguém tenha pensado na combinação potencialmente perigosa entre aviões e um arranha-céu invisível. Talvez a rota dos aviões nunca cruze com o edifício?
Note, no entanto, que a torre não ficará sempre invisível: mesmo à noite, ela pode emitir um grande feixe de luz para se destacar na linha do horizonte.
Este arranha-céu tem algumas outras características intrigantes e não-convencionais. Para começar, os espaços internos serão inteiramente utilizados para fins de entretenimento e lazer, ao contrário de outras super-torres nos últimos tempos, dominadas por usos residenciais e comerciais de luxo.
Nele, teremos um cinema 4D, restaurantes, jardins com paisagismo, e o terceiro mais alto deck de observação do mundo, a 392 m de altura. As imagens da GDS também indicam que haverá espaços abertos e públicos, semelhantes aos jardins do céu da Shanghai Tower, na China.
Além disso, no elevador para o deck de observação, há um truque bem bacana: toda a superfície interna dele exibe como é a vista de outros grandes edifícios no mundo. Michael Collins, da GDS, explica: “Os usuários entram no elevador e, durante a ascensão… começa a experiência onde todas as paredes se transformam em pontos de vista reais, em suas alturas correspondentes, de torres de observação/edifícios significativos em todo o mundo”.
Mas voltando à invisibilidade: seria isto a magia da engenhosidade tecnológica, ou uma nova forma de exibicionismo arquitetônico?
O diferencial desta proposta arquitetônica, que ganhou uma competição internacional de design em 2008, está em sumir da vista. A GDS Architects diz que ele “celebra a comunidade global, em vez de se concentrar em si mesmo”. Eles argumentam que, “em vez de simbolizar proeminência como outras torres altas do mundo, a nossa solução visa proporcionar primeira torre invisível do mundo”.
Sim, este arranha-céu tem certas características admiráveis: sua fachada experimental quebra a sequência constante de monólitos de vidro sem personalidade, que emergem em cidades ao redor do mundo. Mas sugerir que o truque de desaparecimento faz com que ela seja um arranha-céu menos extravagante e mais humilde? Por favor, né. Se funcionar como esperado, esta camuflagem tornará a Tower Infinity um dos pontos turísticos mais notáveis do mundo.
A maior capa da invisibilidade do mundo ainda não tem data para ser posta à prova: nem a construtora, nem a GDS divulgaram uma data para finalizar o projeto. [Architizer, Business Insider, Daily Mail, CNN]