Baleias pedem ajuda a humanos para remover “parasitas” no México; veja
As baleias aprenderam a pedir ajuda para humanos para remover “parasitas” — como piolhos de baleia — de seus corpos. Um vídeo gravado na lagoa Ojo de Liebre, no México, mostrou o capitão de barco Paco Jimenez Franco, observador de baleias, arrancando “piolhos” de uma baleia-cinzenta.
Em entrevista ao site norte-americano The Dodo, ele contou que fez isso “repetidamente com a mesma baleia e outras”. “Assim que retirei o primeiro, ela se aproximou novamente para que eu pudesse continuar”, disse ele, explicando que a mesma baleia se aproximou repetidamente para receber ajuda. “É muito emocionante para mim”, completou.
Assista ao vídeo abaixo:
The trust between the grey whales and boat captains at the calving lagoon of Ojo de Liebre in Guerrero Negro is something developed over the numerous encounters throughout the years. This whale had no objections with our captain Paco picking whale lice off of its head. • • •Thank you Jordan Lightner for capturing this incredible moment during our adventure. • • •Onboard
Posted by Jerome Evangelio on Friday, March 17, 2023
Piolhos e baleias vivem em simbiose
Apesar de serem chamados vulgarmente de piolho-de-baleia, eles são, na verdade, crustáceos que vivem na pele de cetáceos como as baleias. Segundo o biólogo marinho holandês Jeroen Hoekendijk, a relação entre os animais é de simbiose, ou seja, ambas as espécies se ajudam. Isso porque os piolhos se alimentam da pele descamada das baleias — e os cetáceos ficam, graças à limpeza, mais leves.
Contudo, a sensibilidade da pele desses grandes mamíferos pode tornar o processo desconfortável, o que parece resultar em outra relação simbiótica, mas com humanos.
“Quando eu estava lá com as baleias cinzentas, também tinha esses piolhos-de-baleia pulando em minhas mãos, e você pode sentir um pouco, como uma picada de agulha, mais ou menos. E posso imaginar que se isso for em torno da pele sensível de uma baleia ao redor dos olhos ou dos lábios da boca, pode ser irritante”, disse à Reuters.
Ao The Guardian, o zoólogo britânico Mark Carwardine disse que nunca tinha visto um comportamento semelhante antes. Entretanto, não é possível afirmar que a atitude represente um novo padrão entre as baleias, conhecidas pelos baleeiros da Baixa Califórnia como “peixes-diabo” pela ferocidade durante o período de caça no século 20.
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