Esta semana, um vídeo sobre uma festa sem álcool no Rio de Janeiro viralizou nas redes sociais, gerando curiosidade por conta de um de seus atrativos: o cacau cerimonial, ou cacau alucinógeno. O alimento faz parte de rituais de cultos religiosos como no xamanismo, por exemplo.
De acordo com informações da IstoÉ, a receita utiliza cacau 100% de Coaraci, na Bahia. Supostamente, a civilização pré-colombiana Olmeca, de 1.400 a.C. e 400 a.C., teria sida a primeira a fermentar, torrar e moer a semente do fruto – receita para a bebida cerimonial.
Ao jornal O Globo, o professor de química Alisson Sant’ Ana Rodrigues explica que o ritual milenar já fazia parte da cultura de civilizações mesoamericanas por volta de 1900 antes de Cristo. O preparo da bebida era destinado a cerimônias religiosas e eventos da realeza. “Estas civilizações acreditavam que o cacau era um alimento sagrado dado aos humanos pelos deuses”, disse.
Quais são os efeitos do cacau alucinógeno?
Segundo Rodrigues, o cacau é rico em teobromina, substância química responsável por seu gosto amargo. Além disso, ela também é “prima” da cafeína. Entretanto, ao invés de estimular quem a ingere, ela causa um efeito relaxante, que pode durar até sete horas no organismo.
A substância não causa alucinações, mas a ingestão em excesso, de 25 a 30 miligramas por quilo, por exemplo, pode causar náusea, dor de cabeça e tremores, segundo destacou Rodrigues. O popular chocolate é a principal fonte de teobromina, visto que o cacau é sua matéria-prima.