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Vender carne cultivada vira crime no Alabama e na Flórida

O projeto de lei torna ilegal fabricar, vender ou distribuir as carnes, cultivadas em biorreatores a partir de células animais

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Depois de a Flórida proibir a carne cultivada em laboratório, o Alabama tornou-se o segundo estado dos Estados Unidos a decretar o impedimento. Esta semana, o governador Kay Ivey sancionou o projeto de lei, tornando ilegal fabricar, vender ou distribuir os alimentos em território estadual. As infomações são da Wired.

O projeto, proposto pelo senador Jack Williams, vice-presidente do Comitê de Agricultura, Conservação e Florestas do Senado, foi aprovado na Câmara com 85 votos a favor e 14 contra. Já no Senado, foram 32 votos a favor e nenhum contra.

A lei entra em vigor em outubro de 2024. A partir de então, qualquer pessoa que cometer a violação poderá enfrentar pena de prisão de até três meses e multa de US$ 500 pela contravenção. O projeto de lei, no entanto, permite que institutos de ensino superior e departamentos governamentais conduzam pesquisas sobre carne cultivada.

As carnes são provenientes de células animais reais e cultivadas em biorreatores, em vez de exigir o abate de animais. Nos EUA, somente duas empresas têm aprovação para vender o alimento.

Na Flórida, que aprovou um projeto semelhante no início do mês, o senador norte-americano John Fetterman declarou, nas redes sociais, que “nunca serviria esse lixo” para seus filhos e que está ao lado dos “fazendeiros americanos”.

carne cultivada: o que dizem os defensores?

A proibição nos dois estados devem afetar aproximadamente 28 milhões de pessoas. Empresas e instituições a favor da carne cultivada se posicionaram contra a decisão, alegando que as leis prejudicam a criação de empregos e ferem a liberdade de expressão.

“Os estados podem apoiar novas iniciativas que criem milhares de empregos bem remunerados ou podem fazer política e policiar os alimentos que as pessoas comem” disse Pepin Andrew Tuma, diretor legislativo do Good Food Institute, ONG que busca acelerar a adoção de alternativas à proteína animal.

Já Sean Edgett, diretor jurídico da Upside Foods, empresa norte-americana aprovada para vender carne cultivada, diz que “a lei não protege os consumidores – protege interesses arraigados, desafia os princípios do mercado livre e impede o progresso e a criação de emprego”.

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