O anúncio do adiamento da próxima turnê de Celine Dion fez com que todas as atenções se voltassem para a Síndrome da Pessoa Rígida, doença que forçou a pausa na carreira da estrela canadense.
Condição neurológica rara, a síndrome afeta um em cada 1 milhão de pessoas com rigidez e espasmos nos membros e tronco. Quem é acometido pela doença também sente fortes dores e ansiedade crônica. É um distúrbio autoimune e progressivo – ou seja, começa em um músculo até atingir o corpo todo.
Os espasmos tendem a acontecer aleatoriamente ou em resposta a estímulos ambientais, como ruídos altos e sofrimento emocional. Além disso, podem durar de poucos segundos a horas. Podem ser leves ou violentos, a ponto de deslocar articulações e até quebrar ossos.
Em um vídeo, Dion conta que os espasmos musculares já afetam todos os aspectos de sua vida diária. “Às vezes causam dificuldades ao caminhar e não me permitem usar minhas cordas vocais para cantar como estou acostumada”, afirmou.
“Venho lidando com problemas de saúde há muito tempo e tem sido muito difícil para mim enfrentar esses desafios e falar sobre tudo o que tenho passado”, afirmou. “Eu sempre dou 100% quando faço meus shows, mas minha condição não está me permitindo fazer isso agora”.
No início deste ano, Dion já havia cancelado diversos shows em uma turnê na América do Norte, também por motivos de saúde.
Agora, oito de suas apresentações agendadas para 2023 estão canceladas e outras foram adiadas para 2024. É possível conferir os detalhes dos reagendamentos neste link.
O que causa a Síndrome da Pessoa Rígida?
No caso de Celine Dion, há relatos de que a doença tenha começado quando seu marido, o músico René Angélil, iniciou o tratamento para um câncer de garganta. Angélil, que era o empresário e pai dos três filhos da cantora, morreu em 2016.
Até hoje, a ciência não conseguiu definir o que causa a Síndrome da Pessoa Rígida. Pesquisas, porém, sugerem que pode ser resultado de “erros” na resposta do cérebro e na medula espinhal. Já outras apontam que pode haver relação com questões psicológicas e emocionais. Mas não há comprovação até agora.
O que se sabe é que a doença pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres de 20 a 50 anos. Por outro lado, é raro entre crianças.
Não há cura: quem sofre da Síndrome da Pessoa Rígida usa medicamentos como sedativos e relaxantes musculares para aliviar os sintomas.
A condição não é fatal, mas pode ser muito debilitante. As complicações dificultam a mobilidade e comprometem a rotina. É difícil prever qual será a progressão da doença – mas a maioria têm cada vez mais rigidez e espasmos ao longo do tempo.
Em seu vídeo, a intérprete de “My Heart Will Go On” diz que segue otimista. “Tenho uma grande equipe de médicos trabalhando ao meu lado para me ajudar a melhorar e meus preciosos filhos, que estão me apoiando e me dando esperança”, disse.
“Tenho esperança de estar no caminho da recuperação. Esse é o meu foco e estou fazendo de tudo para me recuperar. Eu amo muito vocês e realmente espero poder vê-los novamente em breve”, pontuou.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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