Cientistas descobriram um grupo de células do sistema imunológico que podem desencadear asma grave. A nova pesquisa, publicada na revista MED, sugere que pacientes com asma que têm essas células em seus pulmões podem ser mais propensos a ter crises difíceis de tratar, potencialmente fatais.
A descoberta aconteceu em meio ao estudo WATCH, realizado pelo NHS (National Health Sistem), que é o sistema de saúde pública da Inglaterra. Nesta pesquisa, cientistas acompanham centenas de pacientes asmáticos de diferentes idades, sexos e gravidades da doença há muitos anos.
Dessa forma, puderam estabelecer conexões entre os sintomas da asma e a atividade imunológica das células.
O papel das células T na asma
As células em questão são células T de memória residente em tecido CD4+ citotóxicas. Parece complexo, mas em geral elas são aquela parte do organismo que reage às moléculas que o corpo já combateu anteriormente.
Por isso, ajudam a proteger o corpo contra vírus e bactérias. Contudo, a mesma memória das células T, quando em funcionamento anormal, como na asma, acabam vendo moléculas inofensivas como ameaças.
Assim, produzem uma resposta inflamatória perigosa a elementos como o pólen, por exemplo.
De modo geral, é normal que o pulmão de asmáticos tenha uma variedade de tipos de células T CD4+. Contudo, em pessoas com asma grave, as CD4+ citotóxicas eram dominantes.
Segundo o estudo, isso é mais comum em homens que desenvolveram asma mais tarde na vida. Neles, mais de 65% de suas células pulmonares eram CD4+ citotóxicas.
Geralmente, um médico recomendaria a um paciente asmático um tratamento para atenuar sua resposta imunológica, mas essas células não respondem à terapia.
Tratamentos personalizados para a asma
“Quando você entende melhor o papel de células como essas células T, você pode começar a desenvolver tratamentos que visam essas células”, disse o diretor do estudo WATCH, Dr. Ramesh Kurukulaaratchy.
Agora, os pesquisadores pretendem usar ferramentas de sequenciamento para descobrir biomarcadores adicionais em pacientes com asma. A ideia é que essas informações possibilitem o desenvolvimento de terapias personalizadas para essas pessoas.