Ciência

Células T de memória são responsáveis pelas crises graves de asma

Estas células se acumulam no pulmão e são resistentes a tratamentos; elas atingem mais homens que desenvolveram asma quando adultos; confira no link
Imagem: Sahej Brar/ Unsplash/ Reprodução

Cientistas descobriram um grupo de células do sistema imunológico que podem desencadear asma grave. A nova pesquisa, publicada na revista MED, sugere que pacientes com asma que têm essas células em seus pulmões podem ser mais propensos a ter crises difíceis de tratar,  potencialmente fatais.

A descoberta aconteceu em meio ao estudo WATCH, realizado pelo NHS (National Health Sistem), que é o sistema de saúde pública da Inglaterra. Nesta pesquisa, cientistas acompanham centenas de pacientes asmáticos de diferentes idades, sexos e gravidades da doença há muitos anos.

Dessa forma, puderam estabelecer conexões entre os sintomas da asma e a atividade imunológica das células.

O papel das células T na asma

As células em questão são células T de memória residente em tecido CD4+ citotóxicas. Parece complexo, mas em geral elas são aquela parte do organismo que reage às moléculas que o corpo já combateu anteriormente. 

Por isso, ajudam a proteger o corpo contra vírus e bactérias. Contudo, a mesma memória das células T, quando em funcionamento anormal, como na asma, acabam vendo moléculas inofensivas como ameaças.

Assim, produzem uma resposta inflamatória perigosa a elementos como o pólen, por exemplo. 

De modo geral, é normal que o pulmão de asmáticos tenha uma variedade de tipos de células T CD4+. Contudo, em pessoas com asma grave, as CD4+ citotóxicas eram dominantes.

Segundo o estudo, isso é mais comum em homens que desenvolveram asma mais tarde na vida. Neles, mais de 65% de suas células pulmonares eram CD4+ citotóxicas.

Geralmente, um médico recomendaria a um paciente asmático um tratamento para atenuar sua resposta imunológica, mas essas células não respondem à terapia.

Tratamentos personalizados para a asma

“Quando você entende melhor o papel de células como essas células T, você pode começar a desenvolver tratamentos que visam essas células”, disse o diretor do estudo WATCH, Dr. Ramesh Kurukulaaratchy.

Agora, os pesquisadores pretendem usar ferramentas de sequenciamento para descobrir biomarcadores adicionais em pacientes com asma. A ideia é que essas informações possibilitem o desenvolvimento de terapias personalizadas para essas pessoas.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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