China quer construir uma ferrovia de quase 5 mil quilômetros atravessando a Amazônia

A China está apoiando projetos de infra-estrutura em todo o mundo. Sua mais recente empreitada é uma ferrovia de mais 4.800 km de comprimento na Amazônia.

Não contente com a construção de novas e enormes barragens, ferrovias e cidades dentro de suas próprias fronteiras, a China está apoiando projetos de infra-estrutura extremamente ambiciosos em todo o mundo. Sua mais recente empreitada é uma ferrovia de mais 4.800 km de comprimento, que irá atravessar vastas áreas da Floresta Amazônica.

O jornal The Guardian noticia que o primeiro-ministro chinês Li Keqiang vai defender a ideia da estrada de ferro durante a sua viagem para a América do Sul, esta semana. A linha vai começar em Porto do Açu, no Brasil, contornar a Bolívia e terminar na costa oeste do Peru. Ao longo do caminho, irá cortar áreas de pântanos, florestas densas, e em seguida, desertos ou montanhas, antes de atingir a costa. Isso fará com que ela seja imensamente difícil de construir.

O grande plano chinês lembra a Rodovia Transamazônica, uma estrada de 4.223 km feita pelo Brasil nos anos 1970. A obra foi extremamente desafiadora na floresta remota, e partes da estrada permaneceram sem pavimentação por décadas. A rodovia ainda não é um caminho muito seguro, mas mesmo assim é uma das melhores opções quando falamos em viagens transamazônicas.

No entanto, existem impactos potencialmente negativos sobre o meio ambiente. A Rodovia Transamazônica levou a mais desmatamento no Brasil, porque os veículos passaram a poder transportar árvores da selva com mais facilidade.

Temores sobre mais danos ambientais cercam esta ferrovia transamazônica. A principal motivação por trás deste projeto é comercial, já que ela tornaria mais barato o transporte de petróleo, minério de ferro e outras commodities. A China também está apoiando um canal transcontinental na Nicarágua para para abrir novas rotas de comércio — afinal de contas, por que confiar no Canal do Panamá, um país com laços estreitos com os EUA?

Não é apenas a América do Sul que a China está trazendo para sua esfera de influência usando a infra-estrutura. A potência industrial também está investindo em ferrovias na África Oriental, projetos de petróleo no Sudão e no Níger, e em uma ferrovia transasiática— apenas para citar apenas algumas das obras. É assim que ela planeja se tornar um país ainda mais importante e influente em todo o mundo.
[The Guardian]

Imagem do topo: Desmatamento no Brasil. Pedro Biondi/ABr

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