Comer muito chocolate pode oferecer riscos à saúde. E não apenas pelos altos níveis de açúcar, gordura e, em alguns casos, conservantes e corantes. A organização norte-americana Consumer Reports afirma que muitos produtos de chocolate contêm níveis preocupantes de chumbo ou outros metais pesados.
O relatório Consumer Reports encontrou níveis “preocupantes” de chumbo ou cádmio em um terço dos chocolate testados nos EUA. Os produtos incluíram barras de chocolate amargo, barras de chocolate ao leite, cacau em pó, pedaços de chocolate e misturas para cacau quente, brownies e bolo de chocolate.
Os produtos vieram de grandes marcas como Hershey’s, Ghirardelli e Nestlé; varejistas dos EUA como Costco, Target, Trader Joe’s, Walmart e Whole Foods; e fabricantes especializados como Droste e Navitas.
O que havia nos chocolates
Quantidades detectáveis de chumbo e cádmio apareceram em todos os 48 chocolates testados, e 16 continham níveis preocupantes de um dos dois metais pesados, de acordo com os resultados divulgados na última quarta-feira (25).
Segundo a pesquisa, chocolates amargos tendem a ter níveis mais elevados de metais pesados e o chocolate ao leite, mais baixos. “Mas todos os produtos que testamos tinham detalhes detectáveis de chumbo e cádmio”, diz James Rogers, diretor e chefe de testes de segurança de produtos na organização.
Perigos dos metais pesados em alimentos
O acúmulo destes metais pesados nos alimentos pode ocorrer pela contaminação do solo e da água, oriundo de processos industriais ineficientes, gerando uma carga excessiva de resíduos contaminantes ao meio ambiente.
Consumir alimentos com elevadas concentrações de metais pesados continuamente, pode resultar em sérios problemas pulmonares, cognitivos, câncer e até morte precoce.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a autoridade que controla a presença de metais pesados nos alimentos. A agência determina as regras para minimizar os riscos e garantir a segurança da população.
Um dos mecanismos de controle é a Resolução RDC Nº 487, de 2021. O texto dispõe sobre os limites máximos tolerados de contaminantes em alimentos, bem como os métodos de análise para aferir a conformidade das normas. De acordo com a resolução, as quantidades de contaminantes devem ser as menores possíveis.