Ciência

Cientistas descobrem tipo raro de sangue; veja o que muda

Cientistas desvendam origem de raro tipo de sangue visto pela primeira vez nos anos 1970
Imagem: Unsplash/Reprodução

Após 50 anos de mistério em torno dos antígenos AnWj, pesquisadores da Inglaterra descobriram um novo tipo raro de sangue: o MAL. O estudo estabelece o novo sistema de grupo sanguíneo, o 47º descoberto até agora, como lar do antígeno AnWj.

O que significa a descoberta de um novo grupo sanguíneo?

Enquanto a maioria das pessoas pensa nos grupos sanguíneos como apenas os tipos ABO e o Rh (positivo ou negativo), a realidade é um pouco mais complexa. Isso porque algumas pessoas são diferentes: elas tem o AnWj-negativo. Cientistas descobriram esse antígeno em uma mulher em 1972, mas sua origem ainda era misteriosa.

Mais de 99,9% das pessoas são AnWj positivas. Contudo, apenas um pequeno número de pessoas tem o AnWj negativo devido a uma causa genética, segundo o estudo. A pesquisa contou com somente cinco desses indivíduos, sendo alguns deles, aliás, da mesma família. Algumas pessoas também podem não ter o grupo sanguíneo devido a doenças, como o câncer, por exemplo.

Os pesquisadores descobriram que o AnWj é transportado na proteína MAL. Sendo assim, os AnWj negativos não expressam proteínas MAL de comprimento total em suas hemácias. Usando o sequenciamento completo do exoma – parte do genoma que codifica proteínas -, eles mostraram que os casos hereditários de AnWj negativos foram causados ​​por deleções de sequência de DNA homozigotas no gene MAL, que codifica a proteína.

A descoberta do tipo raro de sangue pode ajudar a preservar a saúde de pessoas AnWj-negativas, visto que, se receberem sangue AnWj-positivo, elas podem ter uma reação transfusional – ou seja, risco de vida. Além disso, a pesquisa abre caminhos para novos testes de genotipagem para detectar esses indivíduos.

Ash Toye, professor da Universidade de Bristol, disse: “É realmente emocionante que tenhamos conseguido usar nossa capacidade de manipular a expressão genética nas células sanguíneas em desenvolvimento para ajudar a confirmar a identidade do grupo sanguíneo AnWj, que tem sido um quebra-cabeça notável por meio século. Este desenvolvimento ajudará a identificar esses doadores raros e a ajudar os pacientes no futuro.”

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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