Cientistas desenvolvem dedo robótico com pele viva de células humanas
Qualquer gamer que se preze conhece o jogo Detroit: Become Human. Ele se passa no ano de 2038, em que robôs idênticos aos humanos trabalham como criados.
No game, um androide pode ser facilmente confundido com uma pessoa comum, principalmente no quesito visual. As expressões, as roupas, o jeito de falar e até a pele. As principais características estéticas de um humano de carne o osso são reproduzidas fielmente pelos androids, graças à tecnologia. Mas será que isso seria possível na vida real?
Por enquanto, já foram desenvolvidas peles de silicone para robôs bastante parecidas com o órgão humano. Porém, essas camadas ainda não possuem a textura correta. Cientistas da Universidade de Tóquio, no Japão, pretendem mudar isso.
Para começar, eles desenvolveram um dedo robótico (o que você vê na imagem acima) e o cobriram com pele viva feita de células humanas. O estudo completo, que descreve os resultados, foi publicado na revista científica Matter.
Para tornar o membro falso o mais real possível, a equipe de cientistas mergulhou a estrutura em uma solução contendo colágeno e fibroblastos dérmicos humanos – os dois principais ingredientes conectivos da pele. Depois, foram adicionados queratinócitos epidérmicos, que tornaram a textura do dedo mais realista.
Os queratinócitos também tornam a pele humana à prova d’água, tendo o mesmo efeito no dedo robótico. Como se não bastasse, o membro falso é capaz de flexionar e se regenerar, caso danificado. Basta colar um curativo de colágeno que, em apenas sete dias, a pele fica firme novamente.
Há apenas um problema. A pele sobrevive por pouco tempo após ser retirada do meio de cultura de células, já que não possui sistema circulatório. Os pesquisadores pretendem resolver isso em uma próxima etapa do estudo.