Cientistas desenvolvem teste de Covid que usa câmera de celular
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA, desenvolveram um teste de Covid-19 que pode ser feito com auxílio do celular. A ferramenta promete ser uma alternativa confiável, prática e barata para lidar com a pandemia.
Mas calma, o celular não faz o trabalho sozinho. Primeiro, é preciso montar um kit de laboratório que os cientistas chamaram de smaRT-LAMP. Ele consiste em uma placa de aquecimento, uma bandeja com 96 cavidades e luzes LED para iluminação.
As cavidades servem para que o paciente coloque uma pequena amostra da saliva, que é coletada em outro recipiente e misturada com um produto químico específico. Depois disso, liga-se a placa de aquecimento.
E é aqui que o celular entra. Usando o aplicativo gratuito Bacticount, o paciente deve abrir a câmera e colocá-la sobre a placa. Então, é feita uma análise digital da reação química. O diagnóstico sai em cerca de 25 minutos.
Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas no Google Play para dispositivos Android. Além disso, só está funcionando para smartphones Samsung Galaxy S9 devido ao alinhamento e calibração precisos da câmera envolvidos.
De toda forma, o método promete ser bem mais barato do que outros testes disponíveis no mercado. Para montar o kit de laboratório, é preciso desembolsar cerca de US$ 100 (R$ 530). O preço pode parecer salgado, mas a ferramenta é durável e pode ser usada por diferentes pessoas.
O aplicativo é totalmente gratuito. É necessário apenas gastar cerca de US$ 7 (R$ 37) em insumos cada vez que um novo teste fosse realizado – um preço ainda inferior aos exames rápidos vendidos em farmácias mundo afora.
O exame também se mostrou confiável durante testes realizados no Santa Barbara Cottage Hospital. Os pesquisadores testaram o sistema de teste smaRT-LAMP em 50 pacientes da instituição – 20 que estavam infectados e 30 que não tinham a doença.
Depois, submeteram os pacientes a testes RT-PCR, considerados padrão-ouro. Ao comparar, os cientistas encontraram correspondência do diagnóstico em 100% dos casos. O estudo completo foi publicado no periódico científico JAMA Network Open.