Cientistas encontram fóssil de dinossauro que morreu no “dia do asteroide”

A perna de tescelossauro azarado estava perfeitamente preservada, e foi encontrada no sítio arqueológico de Tanis, nos Estados Unidos
Dinossauro asteroide
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

Pesquisadores podem ter descoberto uma joia rara da paleontologia. No sítio arqueológico de Tanis, nos Estados Unidos, os cientistas escavaram nada menos do que a perna de um dinossauro que parece ter morrido no fatídico dia do impacto do asteroide Chicxulub, há 66 milhões de anos.

O membro, que pertencia a um tescelossauro, está perfeitamente preservado, contando até mesmo com pedaços de pele escamosa. A datação foi feita a partir de detritos que choveram por um tempo específico logo após o impacto do asteroide.

A análise do animal ainda não foi revisada por pares e publicada em uma revista científica. Por enquanto, as informações se limitam ao novo documentário da BBC, Dinosaurs: The Final Day with Sir David Attenborough, que irá ao ar no dia 15 de abril.

O asteroide Chicxulub, como é chamado, colidiu com a Terra na Península de Iucatã, atual México. Isso fica a cerca de 3 mil quilômetros de Tanis, onde o fóssil foi encontrado. Mesmo assim, os cientistas acreditam que a força do objeto celeste foi forte o suficiente para devastar a área e matar o animal. 

De acordo com os cientistas, não há marcas de doenças ou predação que justifiquem a perda repentina da perna do animal. Porém, a ideia de que apenas o asteroide poderia ter ocasionado isso é controversa. 

Existe a possibilidade do dinossauro ter morrido antes do episódio, com o impacto do asteroide apenas trazendo o cadáver das cinzas e dando essa sensação de causalidade. De toda forma, há poucos registros fósseis de dinossauros encontrados nos milhares de anos que antecedem a colisão, o que já torna a descoberta interessante, caso sua idade seja confirmada. 

Vale lembrar que o impacto do asteroide não foi o responsável direto pela extinção dos dinossauros. Na verdade, a colisão desencadeou levantou uma nuvem espeça de poeira, que bloqueou a incidência do Sol e causou um inverno forçado — esse sim, que causou a morte desses animais e a ascensão dos mamíferos.

A perna de dinossauro não é o único achado que remonta a este período. Os cientistas também encontraram restos fossilizados de peixes que parecem ter respirado os detritos do impacto do asteroide. 

Além disso, o documentário da BBC deve mostrar em primeira mão uma tartaruga que foi espetada por uma estaca de madeira, pequenos mamíferos e suas tocas, um pedaço de pele de um tricerátops com chifres, um embrião de pterossauro dentro do ovo e o que os cientistas acreditam ser um fragmento do próprio asteroide.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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