Ciência

Como as bactérias ajudam gatos a se comunicar, segundo estudo

Para repelir inimigos e atrair parceiros, os gatos contam com a ajuda de bactérias produtoras de cheiros específicos. Veja mais
Imagem: Daria Shatova/ Unsplash/ Reprodução

Diversos animais usam os cheiros para se comunicar, seja para atrair parceiros como para espantar ameaças. Agora, um novo estudo investigou a forma que os gatos fazem isso, e descobriu um mecanismo que envolve a ação de um grupo de bactérias.

Entenda a pesquisa

Cientistas da Universidade da California (Davis), nos EUA, analisaram as secreções das glândulas anais de 24 gatos domésticos. Eles usaram sequenciamento de DNA, análise de moléculas e cultivo de micro-organismos para examinar as substâncias nas secreções, o que fazem e porque elas são produzidas. Um estudo que detalha esse processo foi publicado na revista Scientific Reports.

Primeiramente, os pesquisadores examinaram os produtos químicos produzidos nas glândulas anais dos gatos e detectaram centenas de compostos orgânicos voláteis. Segundo o estudo, os cheiros produzidos vêm de uma mistura de aldeídos, álcoois, ésteres e cetonas.

Depois, eles partiram para a análise genética. Nela, foi possível concluir que as bactérias que vivem na glândula anal podem ser responsáveis por produzir esses compostos e, consequentemente, pelos cheiros.

De modo geral, eles encontraram cinco gêneros de bactérias predominantes: Corynebacterium, Bacteroides, Proteus, Lactobacillus e Streptococcus. Contudo, a composição microbiana foi altamente variável de um gato para outro.

Além disso, eles também perceberam que os animais mais velhos tinham bactérias diferentes daqueles gatos mais jovens. Ainda que exista essa variação, na maioria dos cheiros produzidos pelas bactérias são imperceptíveis ao olfato humano.

As mudanças nas bactérias – e nos cheiros – dos gatos

Assim como em outros animais, o cheiro é uma maneira dos gatos se comunicarem. Por isso, são importantes para a vida social do mamífero, que utiliza os compostos liberados pelas bactérias como sinal de marcar território, repelir rivais e atrair parceiros.

Contudo, diversos fatores da rotina dos pets podem alterar a variação de bactérias nas glândulas anais, alterando também os cheiros. Por exemplo, a dieta do gato, condições de saúde e seu ambiente geral de vida.

Agora, os pesquisadores querem expandir o estudo, refazendo a pesquisa com mais participantes. Além disso, eles também querem realizar novos testes com outras espécies de felinos.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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